LARCs são os métodos contraceptivos de longa duração, com eficácia superior a própria laqueadura tubária, popularmente conhecida como “ligadura”. São métodos reversíveis, ou seja, retirando o método a mulher volta a ter a possibilidade de gravidez. Por se tratar de métodos menos invasivos, os riscos de complicações são bem menores que o procedimento cirúrgico de uma laqueadura, pois todos podem ser realizados em consultório. Esse método além de uma excelente eficácia na contracepção apresenta menores riscos de trombose e gravidez quando comparados aos anticoncepcionais orais.

Na atualidade não é segredo para ninguém que muitas mulheres após ter 2º ou 3° filho acabam pensando em realizar uma laqueadura, porém a grande maioria são mulheres com menos de 30 anos, que por inúmeros motivos acabam por se arrepender, seja por um desejo de uma nova gravidez, ou por surgir um novo relacionamento onde o novo marido deseja um filho.  Nos casos já feitos de laqueadura a taxa de sucesso em reverter é muito baixa, e quando se consegue, muitas acabam em gestação ectópica (gravidez fora do útero).

Os LARCs diferentemente dos anticoncepcionais têm a comodidade de não necessitar a recordação e toma diária.

O implante contraceptivo de etonogestrel (INPLANOM) apresenta taxa de falha de 0,05%, com duração de 3 anos.

O dispositivo intrauterino de cobre (DIU) apresenta taxa de falha variando entre 0,6% e 0,8% no primeiro ano de uso e possui ação por até 10 anos.

O sistema intrauterino de levonorgestrel (DIU- MIRENA) tem sido associado a taxas de gravidez que variaram de 0% a 0,6% mulheres/ano, com duração de 5 anos.

Os LARCs são recomendados para todas as mulheres que desejam contracepção eficaz, incluindo adolescentes, nuligestas, no pós-parto ou pós-aborto, em comorbidades que possam caracterizar contraindicações aos métodos contendo estrogênios, coadjuvante na reposição hormonal, tratamento de endometriose, tratamento de sangramento uterino anormal entre outros transtornos ginecológicos.

Apesar da grande eficácia dos LARCs, a indicação do melhor método deve ser individualizada, sendo decidido em conjunto com o médico, avaliando riscos e benefícios.

Dr. Carlos Nascimento – CRM 42050/ RQE 25102
Ginecologista e Obstetra
Hospital Fundação Atitude
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