Cotidiano

25.09.2009

VENENO EM TUDO

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Sempre ouvi falar que as lavouras de fumo eram terrivelmente submetidas a dosagens estratosféricas de veneno para fazer as plantas livres dos brotos, pragas e ervas daninhas.

Me surpreendi quando vi dados que mostram ser uma das lavouras mais limpas em relação à aplicação de defensivos e também a que agrega alto valor de rentabilidade em módulos menores de terreno.

Na contramão da luta incandescente contra o hábito de fumar e a proibição legal de soltar baforadas em lugares públicos, incluindo bares e lanchonetes, a indústria fumageira sobrevive.

Sempre açodada por contendas jurídicas, mantém um séquito de produtores sobrevivendo da plantação que rende mais de 10 mil reais por hecatare.

Além das campanhas contra o cigarro explicitadas na mídia, criou-se uma cultura de que fumar é brega e hoje os incautos fumantes praticamente se escondem para satisfazer o hábito ou vício.

A própria planta do fumo é veneno, mas usa infinitamente menos veneno que outras que a gente nem podia imaginar, estão eivadas de produtos químicos fortes.

A maçã é a campeã, utilizando cerca de 70kg de ingredientes químicos por hectare. Depois vem tomate, batata, laranja e algodão.

Mais do que nas lavouras de fumo, muitas outras utilizam quantidades superiores de veneno, tais como uva, alho, cebola, banana, soja, amendoim, café, cana, trigo, milho e até o arroz.

Elder Boff