Cotidiano

27.01.2013

TRAGÉDIA EM SANTA MARIA

Um bombeiro comentou o fato de que, quando estava no interior da boate sinistrada e aquele amontoado de corpos, o que mais lhe doía era ouvir o celular das vítimas tocando insistentemente, como numa sinfonia das mais fúnebres.

Ele não resistiu e pegou um dos celulares do bolso de um jovem: 106 ligações da “mãe”.

Nesta hora desta grande tragédia em Santa Maria, a gente precisa se colocar no lugar dos familiares para imaginar a dor que estão sentindo por perder filhos tão jovens.

Nunca, jamais, tantos jovens morreram na mesmo hora num só local como aconteceu em Santa Maria.

Em 1961, num circo no Rio de Janeiro, morreram mais de 500 pessoas e lá estava a maioria crianças. Havia também jovens, adultos e pessoas idosas.

Foi a primeira vez na história do país, que tantos jovens assim, ficaram mortos violentamente em razão de um acidente com fogo e asfixia.

Imagine também a hora do reconhecimento dos corpos, a esperança do filho não estar lá e o pavor diante do corpo do ente querido.

Pelo menos uma coisa: a partir de agora, que estes mártires da irresponsabilidade dos donos da boate que não cumpriram regras básicas, possa servir de exemplo para as casas noturnas do Brasil afora.

 

Elder Boff