Ainda somos terceiro-mundistas no que se refere a serviços que recebemos, usufruímos e pagamos. Pagamos água e a taxa de esgoto é quase equivalente, chegando a absurdos 80%. Pagamos energia e junto com o que gastamos vem a taxa de iluminação pública e no poste da frente da nossa casa não tem luz.

Pagamos IPVA e as rodovias continuam esburacadas, pagamos IPTU, INSS, PIS ou PASEP e o retorno disso tudo vem em migalhas, sustenta a máquina inchada dos governos em quaisquer níveis.

Agora, a telefonia é algo de absurdo, principalmente a móvel. O lugar mais caro para utilizar celular é no Brasil. Se você viaja para longe da sua área, então o assalto é à mão armada! Para receber ligação, lá se vão teus créditos com uma voracidade sem tamanho. Comem-nos em segundos.

Hoje, exatamente hoje às 10h está acontecendo uma audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, sobre as altas taxas da telefonia fixa, móvel e de acesso à internet pela banda larga no país.

Só para ficarmos aqui, bem pertinho, fazendo uma comparação, o brasileiro consome 7,5% da renda média per capita com celular, enquanto que os hermanos argentinos usufruem desta modernidade tecnológica, investindo (pra não dizer gastando) apenas 2,5% da renda.

É o mesmo caso da gasolina que citei em outra coluna, dia primeiro de abril, sobre a qual recebi críticas e elogios. Críticas por pregar uma mentira alusiva à data, dizendo que a gasolina iria para R$1,50. Elogios por explicar quanto menos os outros países gastam com este combustível, algo invejosamente menos.

Por que temos que pagar tão caro por uma ligação de celular? Por que ainda temos a famigerada taxa do telefone fixo, que é uma aberração? Nós consumidores somos mesmo tratados como perfeitos idiotas, sustentadores de milionárias empresas estatais ou não, que fazem a gente pagar taxa para poder ter acesso ao pagamento do custo do serviço específico!