Psicologia

04.12.2019

Saúde mental dos adolescentes e jovens

A passagem da adolescência, juventude até a chegada na fase adulta caracteriza-se por significativas mudanças biológicas, psicológicas e sociais em que a pessoa vivencia a conquista gradual da sua autonomia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o período da adolescência está localizado dos 10 aos 19 anos de idade, sendo subdividido em fase inicial (dos 10 aos 14 anos) e fase final (dos 15 aos 19 anos). Do ponto de vista demográfico, a juventude é delimitada entre os 15 a 24 anos, podendo essa faixa etária apresentar variações dependendo do contexto social e cultural (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 1999; UNESCO, 2004).

Ainda que a idade cronológica seja habitualmente utilizada como critério, devem ser consideradas as transformações biopsicossociais pelas quais passam o indivíduo, o que torna necessária a incorporação de aspectos sociais e históricos na sua concepção (Cardoso, Borsa & Segabinazi, 2018). Pode-se definir a juventude como o período que vai desde o momento em que se atinge a maturidade fisiológica até a maturidade social, não podendo ser tratada como uma etapa rígida com início e fim pré-determinados (UNESCO, 2004).

Estudos empíricos apontam a juventude como uma etapa potencialmente propensa a comportamentos de risco, os quais podem dificultar o desenvolvimento global, impactando de forma significativa a qualidade de vida do jovem e a sua relação com a sociedade.

Múltiplos fatores determinam a saúde mental de um/uma adolescente, assim como há diversos fatores que podem influenciar na propensão ao surgimento de psicopatologias. Estudos revelam que quanto mais expostos à fatores de risco, maior o potencial impacto na saúde mental de adolescentes. Um ambiente saudável, estruturado, com condições adequadas são de grande importância, mas a forma como lidamos com as emoções e sentimentos também podem influenciar na forma como os adolescentes lidam com o seu mundo interno e externo.

Questões psicológicas e de personalidade também tornam as pessoas mais suscetíveis aos desequilíbrios mentais. Além disso, as causas biológicas também contribuem para a desordem química das células cerebrais e aumentam o surgimento de doenças.

“Os transtornos emocionais geralmente surgem durante a adolescência. Além da depressão ou da ansiedade, os adolescentes com essa condição também podem sentir irritabilidade, frustração ou raiva excessivas. Os sintomas podem se sobrepor em mais de um transtorno, com mudanças rápidas e inesperadas no humor e explosões emocionais. Os adolescentes mais jovens também podem desenvolver sintomas físicos como dor de estômago, dor de cabeça ou náusea” (BRASIL, OPAS, 2018).

A psicoterapia os auxilia a compreender as relações e determinantes que foram estabelecidas ao longo de sua vida até chegar à fase em que se encontra. Objetiva-se a prevenção do surgimento de psicopatologias e o auxílio no desenvolvimento da autonomia, buscando uma melhor qualidade de vida, a compreensão de si mesmo e seu espaço no mundo. A participação dos pais/responsáveis é de grande importância para a melhora e/ou mudanças do adolescente, inclusive, os encontros com o terapeuta têm o objetivo de orientá-los em relação ao paciente.

 

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Referências:

BRASIL. OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde. Folha informativa - Saúde mental dos adolescentes. 2018.

CARDOSO, H. F.; BORSA, J. C.; SEGABINAZI, J. D. Indicadores de Saúde Mental em Jovens: Fatores de Risco e de Proteção. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 9, n. 3supl, p. 03-25, dez. 2018. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/eip/article/view/30529/24356>.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1999). População jovem no Brasil / IBGE. Departamento de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro, RJ.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO (2004). Políticas Públicas de/para/com juventudes. Brasília, DF: UNESCO.

Organização Mundial da Saúde. Saúde para os adolescentes do mundo: uma segunda chance na segunda década. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2014.

ROSSI, L. M. et al. Crise e saúde mental na adolescência: a história sob a ótica de quem vive.  Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,  v. 35, n.3,  e00125018,    2019 . Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/csp/2019.v35n3/e00125018/pt>.



Luna C. C. M. da Silva