Cotidiano

10.02.2014

REINCIDÊNCIA DA DESORDEM

Passaram dos limites as manifestações no Brasil e a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes de Televisão deve marcar uma divisa entre a molecagem que afronta pessoas de bem.

O cara de pau que deu entrevista depois de se apresentar na delegacia é manifestante de carteirinha, profissional.

Foi enquadrado por pelo menos duas vezes anteriormente, por baderna e quebra-quebra.

Esses manifestos e também as brigas em estádios de futebol, já ultrapassam de longe a casa do ridículo.

O cara é preso em outro país, pois fazia parte da turma que estava de uma maneira ou outra ligada ao caso da morte do menino por uma bomba.

Dias depois de solto aparece numa confusão entre torcidas em Brasília e mais recentemente num ataque à sede do Corinthians.

Reincidente.

O cara que ajudou a soltar a bomba contra o cinegrafista Santiago Andrade: reincidente.

Muitos dos que protestavam contra o aumento das passagens de ônibus no Rio, nem sequer andam de coletivo.

É profissional do protesto, raça safada que se sente bem na tensão da multidão em polvorosa.

Restou à filha escrever uma carta e terminar dizendo o seguinte:

 “Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai”.

A Band divulgou a seguinte nota:

A tragédia que envolve a morte do cinegrafista Santiago Andrade – e que nos deixa arrasados diante da perda de um companheiro querido – é mais uma evidência de que a desordem está imperando nas ruas de nossas cidades. O desvairado que soltou a bomba assassina é um exemplar conhecido de baderneiro, como tantos que vêm espalhando o terror, infiltrados entre manifestantes. A força de reação que encontram não tem sido suficiente para intimidá-los. Pelo contrário, estão cada vez mais ousados e seguros nas suas ações violentas. A Band vai acompanhar e exigir, passo a passo, as investigações, o processo e a condenação desse assassino e de seu grupo. E, ao fazer isso, estará solidária não só com a família de Santiago Andrade. Mas com toda a família brasileira, que já não suporta viver cercada de tantas e variadas ameaças, sentindo-se numa terra de ninguém.

Elder Boff