Contando Histórias

15.08.2017

Professor João R. Correia, entrevista a Sra. Augusta Sebbem

No dia 08 de maio de 2017, a Sra. Augusta Dominga Sebbem, concedeu entrevista ao Professor de História João Rosa Correia, que atua na Escola Estadual Graciliano Ramos Ensino Fundamental de Santa Helena. O encontro ocorreu na residência da entrevistada, à Rua Paraguai, 1641 no centro de Santa Helena, Paraná.

Augusta fez referência sobre diversos assuntos que vivenciou principalmente em Sub-Sede nestas cinco décadas que está residindo no referido município. Iniciou dizendo que nasceu no dia 15 de agosto de 1937, no município de Sananduva, RS. Filha de José Facchinello e Maria Catarina Guindane, agricultores, de origem italiana e seguidores da religião Católica Apostólica Romana.

Augusta quando criança frequentou e concluiu o ensino (antigo) primário, no RS. Solteira e residindo com os pais, os auxiliava nos afazeres domésticos e do campo. Salientando que naqueles idos tempos, a vida das pessoas do sexo feminino estava quase sempre ligada diretamente ao exercício das atividades campestres e do lar.

Na década de 1950, os pais de Augusta resolvem transferir residência para o município de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Residindo neste município Augusta casou-se com Alcides Sebbem, no dia 25 de junho de 1955. Alcides Sebbem (em memória), nasceu no dia 29 de agosto de 1925, no município de Caxias do Sul, RS, era de descendência italiana. Faleceu em 28 de julho de 2014 e está enterrado no cemitério municipal de Sub-Sede. Augusta e Alcides Sebbem tiveram 06 filhos, três nasceram em Francisco Beltrão: Salete, Arli e Juraci, outros três em Santa Helena, mas destes três, apenas Elizete é viva.

Em Francisco Beltrão os pais de Augusta adquiriram um sítio e continuaram trabalhando nas atividades agrícolas. No entanto, Alcides (esposo de Augusta) foi contratado para ministrar aulas no ensino fundamental, séries iniciais (antigo primário), pela prefeitura de Francisco Beltrão, por ter o Ensino Médio completo, concluído no período que estava no quartel no Rio Grande do Sul.  Importante comentar que antes da aprovação da Constituição Federal de 1988, o salário a ser pago aos professores do ensino “primário” era de responsabilidade do Estado. Ainda segundo Augusta Sebbem, quando ainda residiam em Francisco Beltrão, o governo do Paraná atrasou o pagamento do salário de Alcides por 5 anos. Neste espaço de tempo, a família Sebbem contraiu dívidas no comércio de Francisco Beltrão e no hospital do Dr. Valter Picoli, pois este doutor acompanhou os nascimentos de dois filhos de Augusta: Juraci e Salete. Ao ser eleito prefeito de Francisco Beltrão, Dr. Valter Picoli pagou os salários em atraso dos professores do ensino fundamental do município, mesmo sendo, na época, competência do Estado do Paraná. Esta atitude do gestor público de Francisco Beltrão possibilitou que o professor Alcides Sebbem saneasse as dívidas hospitalar e com os demais credores daquele munícipio.

Na cidade de Francisco Beltrão, Augusta cuidava das atividades do lar e dos filhos. No ano de 1966 o pai de Augusta, José Fachnello em conversa com os familiares demonstrava interesse em conhecer o oeste paranaense, porque as notícias que circulava em Francisco Beltrão diziam que as terras pertencentes a Cascavel eram férteis, além disso, providas de um grande número de córregos e rios integrados ao seu território. Completava a propaganda dizendo que as condições naturais propiciaria a Cascavel, tornar-se num futuro próximo um próspero município do Oeste do Paraná.  Diante do que ouviam José e Alcides resolvem conhecer Cascavel. No entanto, José ficou decepcionado com as terras que conhecera no município, porque no seu entendimento eram constituídas de terras “magras”, expressão comumente usadas na época pelos agricultores ao referirem às terras de baixa produtividade, tanto para produtos agrícolas quanto para o desenvolvimento de pastagens. Lembrando que nas décadas de 1960/1970, os agricultores não utilizava calcário para corrigir a acidez do solo e muito menos fertilizantes químicos como adubação agrícola, porque até então, não havia estes dispositivos técnicos para uso nas lavouras. Outra situação que apavorou imensamente José e Alcides em Cascavel foi encontrar muitas cobras cascavéis quando caminhavam pelas matas para conhecer as propriedades que estavam à venda pelas empresas colonizadoras. Em meio a essas desilusões, José e Alcides deixam Cascavel e deslocam para Missal, com a mente fixada no interesse de adquirirem terras agricultáveis.

Ao chegar em Missal, foram conversar com os bispos católicos, detentores da gleba de terras do atual núcleo territorial missalense. Ao demonstrar interesse na aquisição de terras dos religiosos, foram preteridos por serem de origem italiana, porque os bispos sonhavam negociar as propriedades rurais e urbanas somente para descendentes de alemães. Impedidos de negociar terras em Missal, José e Alcides vêm para Santa Helena. Ao chegar na referida localidade, seguem até o escritório da Companhia de Colonização Agrícola Madalozzo, empresa responsável pela venda das áreas rurais e urbanas que compunha parte do atual território do município santa-helenense. (Obs. O escritório da Madalozzo estava instalado no cruzamento da Avenida Brasil com a outrora Rua Florianópolis, mais tarde designada Rua João Marcelino Madalozzo - conhecida por J.M. Madalozzo - homenagem ao responsável pela colonização de Santa Helena).

José e Alcides foram recebidos pelo proprietário da colonizadora João Marcelino Madalozzo, onde disseram ao empresário que estavam interessados na compra de terras da Companhia. Madalozzo informou que ainda possuía algumas chácaras e lotes urbanos para negociação em Sub-Sede. Imediatamente autorizou o funcionário da empresa de nome Testone para que conduzisse José e Alcides até Sub-Sede com o Jeep de duas portas da colonizadora. Nesta visita, agradaram-se de algumas áreas de terras.

José Fachnello adquiriu duas chácaras e Alcides uma, na Linha Guarani. Propriedades banhadas pelo Rio Barrocas. Atualmente estas áreas agrícolas pertencem a Guido Simon, Valdir Demeneghi, Anderson Draghetti e João Rosa Correia. Alcides Sebbem, também negociou um terreno na Avenida Brasil com a Rua Tocantins em Sub-Sede. Propriedades negociadas, José e Alcides retornam a Francisco Beltrão e trazem suas famílias para Sub-Sede.

Há de ressaltar que por 45 dias tiveram que morar em um alojamento construído especialmente pela colonizadora Madalozzo, para abrigar as pessoas que adquiriam propriedades da empresa até que construíssem a própria residência na área negociada. O abrigo provisório estava instalado na confrontação da Avenida Brasil com a Rua Paraná, local que atualmente está a Loja Maraskim do referido distrito.

Fixados em Sub-Sede, Alcides Sebbem resolveu aventurar um pouco mais e comprou uma área (posse) com 40 alqueires de terras na Linha Guarani pertencente à região de Sub-Sede. Porém, era um território disputadíssimo entre grileiros e posseiros na década de 1960. Os grileiros de terras contratavam jagunços na tentativa de expulsar os posseiros das áreas griladas*.

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Jagunço -indivíduo que serve de guarda-costas a uma personalidade influente; capanga.

Grilagem - A grilagem de terras é um ato ilegal, fundado na tentativa de apossamento de terras alheias ou públicas mediante uso de falsas escrituras de propriedade. O termo se deve ao uso de grilos (insetos) para dar a aparência de envelhecimento aos documentos por conta dos dejetos dos insetos sobre o papel. As disputas das terras em conflito entre esses grupos gerou alguns enfrentamentos armados, principalmente quando os posseiros insistiam em permanecer na área apossada. Quando isto acontecia, a morte de posseiros era iminente, até porque os meios de defesa (armamentos) que utilizavam eram poucos e precários para fazer frente ao poderio bélico dos grileiros de terra.

Posseiro - aquele que invade e ocupa uma propriedade rural com a finalidade de produzir cereais, mesmo não tendo direito a ela. Que ou quem está ilegitimamente de posse de uma terra, como se dono dela fosse.

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Alcides Sebbem considerava-se um posseiro e desejava abrir a propriedade que havia adquirido de um outro posseiro. Sonhava torná-la produtiva com lavouras e pastagens e assim assegurá-la de fato e de direito à família. Com muito esforço derrubou árvores no machado e abrindo-as no traçador conseguiu fazer tábuas o suficiente para construir uma casa de madeira na “propriedade” apossada. Vale reforçar que Alcides Sebbem exercia a profissão de professor primário, tal fato dificultava conciliar as atividades de educador primário (40 horas semanais) e agricultor. Motivo que levou Alcides contratar uma família de lavradores (agregado*) para morar nas terras que o mesmo havia apossado. Tinha como meta que na medida das suas condições financeiras, o morador contratado seria o encarregado de ir derrubando as matas da “propriedade”.

*Agregado - Lavrador pobre estabelecido em terra alheia mediante certas condições.

Porém, havia na época, na Linha Guarani, uma extensa gleba de terras controladas pelo proprietário da empresa Café Rainha do Sertão, de Marechal Cândido Rondon (daí advém Fazenda Rainha, em Sub-Sede). Assegurava o dono do Café Rainha, que as terras (posse) de Alcides Sebbem lhe pertenciam, por isso queriam a desocupação da área o mais rápido possível. Na área apossada, Alcides acabara de construir uma casa para o agregado morar, além de ter derrubado aproximadamente três alqueires de floresta.

Na tentativa de amenizar os prejuízos, foi proposto ao professor Alcides, 28 mil cruzeiros (dinheiro da época), para que deixasse as terras em disputa. Mas, Alcides refutou o valor oferecido e mostrou irredutível à proposta: exigiu 30 mil cruzeiros e nem um centavo a menos, para desocupar a área em conflito. O impasse que lhe custou momentos de preocupação e incertezas, porque o comandante das tropas militares (exército) que estava na região para resolver os problemas agrários entrou em ação. Percebendo que não havia possibilidade de negociação amigável entre as partes pelas terras em questão, Alcides Sebbem recebeu voz de prisão do comandante militar.

Reforçava a alegação de que as terras pertenciam legalmente ao proprietário da Fazenda Rainha e que Alcides continuava intransigente na resolução do problema de forma consensual. Após ser preso foi encaminhado ao batalhão de fronteira em Foz do Iguaçu, onde assinou os documentos de praxe. Na sequência disseram que Alcides seria transferido para prisão em Guaíra, até que fosse resolvida judicialmente a questão das terras em litígios. Lembrando que na época desse fato (1966) o Brasil estava sob comando político/administrativo do regime civil/militar.

Durante a transferência de Foz para Guaíra, os soldados que acompanhava o professor Alcides, resolveram fazer um lanche numa lanchonete no município de Marechal Cândido Rondon. A esta altura da viagem, a noite chegara e demoraria ainda algumas horas a mais para chegar no destino final (Guaíra). Não sabe-se porque, nenhum dos acompanhantes ficou como segurança no carro que transportava Alcides e muito menos o algemaram. Estava apreensivo com a situação, pensava a todo instante que poderiam matá-lo e lançar seu corpo nas extensas matas que ocupavam o oeste do Paraná (1966) ou, quem sabe, jogar o cadáver em algum rio da região. O medo e as inquietações afluíam em seus pensamentos, por isso resolveu tomar a decisão de fugir das “garras” dos militares. E assim o fez. Correu em meio às ruas desertas e escuras de Marechal Cândido Rondon, sempre preocupado com esta atitude. Por sorte, naquela fatídica noite, Alcides encontrou com seu vizinho e amigo Nelci Demeneghi, morador de Sub-Sede que estava em MCR com seu caminhão. Alcides relatou seu problema e pediu que o ajudasse sair rapidamente daquela cidade. Num primeiro momento Nelci mostrou certa resistência em colaborar com Alcides, mas assumiu o risco e permitiu-o a embarcar no caminhão. Em seguida, deslocaram para Sub-Sede. A partir desse momento o Professor Alcides desistiu de lutar pela posse da terra na Linha Guarani. Quanto ao agregado que lá estava morando, dias depois Alcides ficou sabendo que, pressionado pelos militares, teve que desocupar as terras.

Logo após os acontecimentos descritos, Alcides Sebbem recebeu informações de pessoas lhe afirmando que o comandante do exército que atuava em Santa Helena era irmão do proprietário da Fazenda Rainha. (Obs. Para que as pessoas tenham a noção geográfica da outrora posse de terra de Alcides Sebbem, ficava localizada na atual área que a empresa Lar comprou dos proprietários da Fazenda Rainha. Na referida área de terras estão sendo construídas diversas infraestruturas de concreto armado que servirão de incubatórios para criação de pintainhos em Linha Guarani, Sub-Sede, Santa Helena).

Após desistir do imbróglio das terras apossadas, Alcides Sebbem voltou concentrar forças na profissão de professor. Ao transferir residência de Francisco Beltrão para Sub-Sede, o educador conseguiu que fosse também removido o cargo de professor. Salientando que, por vários anos, Alcides Sebbem continuou recebendo o salário de professor no município de Francisco Beltrão. Situação que obrigava-o todo mês a deslocar-se para receber o salário. O que representava diversas dificuldades, como horários de ônibus, estradas ruins, custo de transporte, alimentação, pernoite, mas não desistiu de seus ideais de ensinar as crianças de Sub-Sede, disse a entrevistada a respeito de seu esposo. Rememorando, o salário do professor Alcides não provinha dos cofres públicos daquele município, porque, por vários anos o ensino primário no Paraná esteve sob responsabilidade do Estado. Circunstância que permitia o governo estadual efetuar legalmente o pagamento ao professor Alcides, mesmo estando trabalhando em Sub-Sede.

Ressalta-se que Alcides foi a primeira pessoa a exercer a profissão de professor primário (atualmente Ensino Fundamental Séries Iniciais) em Sub-Sede, Santa Helena. Aposentou-se na década de 1980, após 36 anos de trabalho na área educacional no mencionado distrito.

Augusta conta que ficou sabendo de um incêndio de grandes proporções em um prédio público de Francisco Beltrão, quando sua família já estava residindo em Sub-Sede. Segundo as investigações das autoridades locais, foi um ato criminoso que culminou na destruição total do edifício de madeira, de três andares. O agravante desta história é que naquele espaço concentrava-se a Secretaria Municipal de Educação, Fórum e Delegacia de Polícia Civil do citado município. As documentações que continham os registros profissionais de Alcides até então, foram totalmente consumidos pelo fogo no incêndio.

Recorda Augusta que no início da carreira de professor do ensino fundamental (“primário”) o profissional da educação era melhor remunerado pelos gestores públicos, mas, à medida que os anos foram passando, paulatinamente ocorreu a desvalorização salarial da categoria. Fato que levou o professor Alcides ao desestímulo da arte de educar crianças. Por isso, durante certo tempo, abdicou de 20 horas do trabalho de mestre da educação. Durante o afastamento parcial da profissão, o Professor Alcides exerceu a atividade de pescador no Rio Paraná. Rio que outrora proporcionava ótimas pescarias pois, em suas águas, havia abundância de peixes, como pintados, dourados, piau, jaú, piapara, dentre tantos outros.

Augusta relatou um caso pitoresco de uma pescaria que fizeram Alcides e o parceiro Alcebíades Pansera. Nesta pescaria conseguiram capturar um Jaú de aproximadamente 100 quilos. Para transportá-lo do Rio Paraná até residência que tinha uma distância de 6 km se valeram do lombo de um cavalo com idade avançada. O animal depois de andar um certo trecho transportando o peixe, não suportou a carga e caiu ao chão. Os pescadores solucionaram o problema repartindo o peixe pela metade e com isso o cavalo conseguiu levar adiante a carga, pois, transportava aos poucos cada parte do pescado. Após o cavalo caminhar aproximadamente 500 metros, os pescadores retornavam com o animal e buscavam a outra parte do peixe deixado para trás e assim repetiam sucessivamente até que conseguiram chegar em Sub-Sede.

O então fabuloso Rio Paraná foi um riquíssimo fornecedor de peixe para aqueles que dele recorriam, por conta disso, representava aos pescadores possiblidades de ganho financeiro e às famílias oestinas que aqui viviam, fonte nutricional. Destacou Augusta que o pescador ao obter uma expressiva quantidade de peixes durante uma pescaria, que fosse muito acima do consumo próprio e não conseguisse comercializar os pescados, obrigava-se fazer uma espécie de sopa para tratar dos porcos ou deixá-los secar ao sol (charque de peixe). Lembrando que no passado não existia geladeira e freezer para congelar os alimentos. Os pescadores transportavam os peixes capturados no Rio Paraná através de varas transpassadas nas guelras. Dependendo da quantidade de peixes capturados e do peso dos peixes, precisavam de duas a três pessoas para transportá-los segurando as varas nos ombros e caminhando a pé da barranca do Rio Paraná que após percorrer aproximadamente seis km é que chegavam a Sub-Sede.

Augusta comentou também que o Rio Paraná (hoje Lago de Itaipu) era de águas profundas, revoltas, onde se formavam redemoinhos, muita correnteza e com íngreme barranco às suas margens. Esses atributos físicos naturais deixavam o Rio Paraná (outrora orgulhosamente chamado de Paranazão) assustador aos olhos das pessoas, tanto para àqueles que procuravam observá-lo de certa distância, quanto aos que nele navegavam, ora com interesses de pesca, turismo, importação/exportação de mercadorias e contrabando de café, que sistematicamente praticavam os contrabandistas desse produto. Há de ressalvar que esses fatores exigiam dos pescadores, além de coragem, habilidade no manuseio da embarcação. O “navegador” que tomasse as devidas precauções, certamente não seria surpreendido com as mudanças abruptas que repentinamente eram ocasionadas pelo Rio Paraná durante o transcurso de navegação. Ressalta Augusta que apesar dos perigos que apresentava o Rio Paraná, era um rio apaixonante, uma vez que as riquezas que dele as pessoas extraiam, superavam os obstáculos que advinham de suas possíveis revoltas.

Além das pescarias, Augusta fez questão de relembrar as caçadas que Alcides e amigos praticavam nas florestas do município. Recorriam-nas como mais um dos meios de lazer nos primórdios da colonização de Santa Helena. Importante acrescentar que os agricultores/caçadores aproveitavam esses momentos para falar das dificuldades que enfrentavam no dia a dia. Normalmente as conversações serviam como uma espécie de fortaleza espiritual e moral a essas pessoas, encorajando-as a participar nas lutas políticas, que tinham como objetivos superar as adversidades que Santa Helena apresentava ao povo que aqui residia, nas primeiras décadas do início da colonização do município.

Justamente numa caçada de anta em que participavam Alcides Sebbem, José Fachnello e Francisco Maraskim ocorreu uma grande tragédia. Francisco Maraskim, ao saltar um pequeno riacho localizado próximo a onde hoje funciona o CCICA - Centro de Convivência Integral da Criança e do Adolescente (antigo TIM – Trabalho Integrado de Menor), em Santa Helena com sua espingarda municiada presa ao corpo teve a infelicidade do gatilho da arma de fogo enroscar em um galho de árvore, o que fez detonar o cartucho carregado de chumbo atingindo-o mortalmente. Fato que ocasionou aos caçadores, sofrimento gigantesco, a começar pela perda do companheiro e amigo; retirar o corpo do meio da floresta; comunicar a família e a polícia sobre o ocorrido; conduzir o falecido ao IML de Foz do Iguaçu para os procedimentos legais, porque na época era o município responsável nos levantamentos deste tipo de ocorrência. Complicava ainda mais porque a estrada de ligação entre Santa Helena e Foz era péssima, uma verdadeira picada em meio às matas.

Comentou também Augusta o seguinte: ao se instalarem no vilarejo de Sub-Sede havia pouquíssimos moradores na localidade. Citou os nomes dos chefes de famílias que passaram a residir em Sub-Sede ainda no ano de 1966: Edgar Krun, Ernesto Miranda e Carlos Sandry. Mencionou a respeito da inexistência de sistema público de captação de água potável para abastecer as famílias que moravam na área urbana de Sub-Sede. Para que os moradores pudessem obter o precioso líquido, necessitavam recorrer à escavação de poço no pátio da residência, (poço = captação de água subterrânea por meio de escavação – à época – de forma manual). Importante registrar que anterior a chegada da família Sebbem à Sub-Sede, já encontrava ai residindo a Sra. Nadalete. Esta senhora dispunha de um poço na sua residência. Solidária com os novos moradores, permitia que essas pessoas extraíssem água para as necessidades diárias até que fizessem a própria captação.

Quanto às estradas, por serem de chão, Augusta apontou que nos períodos de longas estiagens, o vento se encarregava de espalhar pó para todos os compartimentos das residências, sujando-as, bem como roupas, utensílios domésticos e aguçando renites na população. Por outro lado, nas épocas de chuvas intensas os transtornos eram ocasionados pelos lamaçais que se formavam nas estradas e nas portas das residências e dificultava o tráfego de ônibus, caminhões, automóveis e locomoção de pessoas a pé nas ruas. O que obrigava os moradores de Sub-Sede deslocar a pé até a sede do município para adquirir alimentos e/ou remédios que estivesse em falta na residência, porque, no início da colonização o nascente povoado vivia desprovido de casas comerciais que atendessem as necessidades básicas da população que residiam no vilarejo.

Augusta fez questão de comentar que sua família gostava de saborear alimentos à base de farinha de milho, por isso o consumo do produto entre eles era elevado. Portanto, em razão das intermitentes chuvas que ocorria no passado na região oeste do PR, e conforme o exposto, dificultava a manutenção do estoque de farinha de milho nas prateleiras da residência. Quando isto acontecia, a saída era deslocar a pé com 30 kg de milho sobre os ombros até o Moinho Fiorin, que ficava na área central da cidade de Santa Helena para trocar por farinha de milho, porque em Sub-Sede não existia máquina de beneficiamento de cereais. O deslocamento de ida e volta nas circunstâncias descritas demorava um dia inteiro. Além dos lamaçais que se formavam na estrada, tinham que cruzar de balsa (o Rio São Francisco Falso) e nem sempre a embarcação estava à disposição dos transeuntes quando chegavam para serem transportados para o outro lado do Rio. Era um sacrifício imenso, mas, ou se fazia assim, ou deixava de reforçar a alimentação da família com polenta, pão e bolo confeccionados a partir da farinha de milho, salientou Augusta.

Mais desafios, agora com respeito à atendimento médico. Se alguém contraísse doença (s) que necessitasse de internamento hospitalar, os custos do tratamento ficavam inteiramente por conta do indivíduo e/ou de seus familiares. Não havia atendimento à saúde ofertado pelos entes federados (Município/Estado/União) e nem parceria entre poder público e hospitais particulares para tratamento médico “gratuito” aos enfermos. Tal situação implicava em desordens financeiras principalmente às famílias santa-helenenses que tivesse parentes com constantes enfermidades. Augusta mencionou que sua filha Arli sofria de bronquite asmática crônica, motivo que demandava contínuas internações hospitalares, mas, também os demais filhos do casal foram acometidos de doenças que necessitava, cuidados médicos, o que às vezes acarretava dificuldades na administração do parco orçamento econômico da família. Dívidas nas farmácias e hospitais obrigaram-lhes a negociar a chácara na Linha Guarani para honrar os compromissos financeiros com os setores farmacêuticos e da medicina de Santa Helena. Augusta citou os médicos que atuaram em Santa Helena no início da colonização: Dr. Miguel e Dr. Eduardo. Frisou também que procuraram atendimento hospitalar no município de Marechal Cândido Rondon. Em Pato Bragado com o Dr. Luis Valiente. Alguns anos mais tarde, Dr. Luis transferiu residência e hospital para Santa Helena, onde permanece prestando atendimento médico até os dias de hoje à sociedade santa-helenense e região.

As dificuldades do início da colonização aos poucos foram sendo superadas, as estradas foram sendo cascalhadas, asfaltadas, atendimentos médicos melhorados e ampliados. No entendimento de Augusta, “atualmente as pessoas vivem na mordomia total, porque estão disponíveis à população: consultas, exames, cirurgias, dentistas, escolas, professores, livros didáticos e transporte escolar, na porta da residência dos interessados, sem que haja necessidade de pagamentos por esses benefícios sociais”, disse a entrevistada. Além de cuidar dos afazeres domésticos, Augusta auxiliava o esposo Alcides nas atividades da escola. Sob a responsabilidade do professor Alcides, estavam além de ensinar as lições diárias aos estudantes, abrir e fechar a escola, promover a limpeza de todo o ambiente escolar, incluindo o pátio da instituição de ensino, fazer a alimentação e servir os educandos. Frente aos diversos compromissos do esposo para com a educação, Augusta voluntariamente, quase todos os dias se encaminhava à escola com a finalidade de preparar os alimentos, cuidar da higiene escolar para que oprofessor Alcides pudesse desempenhar com mais eficiência os ensinamentos aos seus estudantes. Destacou Augusta que nos primeiros anos de funcionamento da instituição de ensino, o poder público não destinava verba (dinheiro) para aquisição de materiais de higiene e limpeza da escola. Restava ao professor Alcides comprar os referidos produtos retirando dinheiro do próprio bolso, somente assim conseguia manter diariamente limpa e higienizada a escola. Por um determinado tempo o sistema de ensino fundamental de Santa Helena esteve sob o comando da Secretaria de Educação de Marechal Cândido Rondon. Fato que obrigava o professor Alcides a ir buscar os alimentos que eram destinados à escola Tiradentes no município rondoniense. O leite consumido pelos estudantes do Professor Alcides era preparado na residência do educador pela esposa Augusta, porque não havia fogão na escola. Os alunos e alunas de maior idade ajudavam Augusta transportar os baldes do leite pronto para o consumo até a escola para que fosse servido aos estudantes.

O educandário ficava no cruzamento da Rua Paraná com a Rua Curitiba, defronte da Praça Central Elemar Arend em Sub-Sede, mais precisamente onde está a residência da Professora Elcely Zambam. Após vários anos prestando serviços voluntariamente de zeladora/merendeira, Augusta foi substituída pela senhora Dileta Pansera. A contratação da funcionária ocorreu por intermédio da APM – Associação de Pais e Mestres, da escola Tiradentes. A partir de então, Dileta passou a executar os trabalhos de alimentação e limpeza da escola.

Na medida em que transcorriam os anos, a família Sebbem conseguiu adquirir 7 terrenos urbanos de 600 metros quadrados cada um, totalizando uma área de 4.200 metros quadrados em Sub-Sede. Localizados entre a Avenida Brasil com a Rua Tocantins, saída para a Linha Sete Pecados. Nestes lotes, Augusta plantava milho, feijão, batata doce, arroz, mandioca e mantinha um plantio de pés de café. Ao colher os produtos agrícola, armazenava-os num galpão que havia em um dos lotes da família. Nos terrenos ainda reservava espaço para criar galinhas, porcos, algumas cabeças de gado de corte e leite. Na intenção de aumentar os estoques de milho para tratar os animais domésticos, Augusta anualmente catava as sobras da safra de milho no sítio de João Pinheiro, em Sub-Sede com a autorização do proprietário. Graças ao interesse e à determinação de Augusta, os animais que criava ao redor da residência ficavam bem alimentados, o que lhes rendia leite e carne de qualidade, reforçando assim a alimentação da família. Quanto ao café colhido na lavoura que plantava, disse Augusta que até o ano de 2015 tinha em sua casa 04 sacas do produto. Vendeu-os no momento que deixou de morar no Bairro São Luis para residir no centro de Santa Helena.

Mesmo diante das infindáveis atividades do lar que diariamente estava submetida, Augusta procurou profissionalizar-se. Se inscreveu via Correio no curso de Enfermagem através do sistema EaD – Ensino a Distância. Ao concluir a formação em 1985, foi contratada pela administração municipal de Santa Helena, com 48 anos de idade, para trabalhar como enfermeira no atual distrito de Sub-Sede. Atendia no Posto de Saúde (conhecido carinhosamente pelos moradores de “Postinho”. Demolido na década de 2000). O “Postinho” encontrava-se instalado no lado esquerdo do pátio externo da Escola Estadual do Campo São Francisco. Ao buscar atendimento médico no “Postinho”, primeiramente o cidadão (ã) tinha os dados cadastrados por Augusta, num fichário para esta finalidade. Na sequência ela aferia a pressão arterial e a febre, atos necessários que se realizava preliminarmente à consulta médica. De posse das informações anotadas no fichamento é que o médico procedia o atendimento ambulatorial. Também aplicava vacina na população durante as campanhas de vacinação ofertadas e coordenadas pelo Estado, bem como para as pessoas que adquiriam vacinas nas farmácias particulares.

Relembra Augusta que as condições de trabalho de enfermeira nas décadas passadas era bem difícil em comparação com a atualidade. Sequer tinha ventilador nas paredes do Posto de Saúde para amenizar o intenso calor que fazia nos meses de verão, em Santa Helena. Destacou que às vezes faltavam luvas de proteção, até nos casos de atendimento aos pacientes com sangramentos, colocando em risco os profissionais de saúde. Disse Augusta que essas dificuldades, não eram obstáculos suficientes que a fizessem desistir da profissão de enfermeira, pelo contrário, estava sempre disposta em atender às pessoas nas suas enfermidades da melhor maneira possível. Sem medir esforços, prestava serviços de enfermagem nas residências dos pacientes que tinham dificuldade de se locomover até o posto de saúde de Sub-Sede. Por diversas vezes à noite, nos finais de semana e feriados quando o posto de saúde encontrava fechado, portanto, sem atendimento ao público, pessoas recorreriam à residência de Augusta no intuito de serem atendidos na enfermidade que os atormentavam. Dependendo da gravidade do doente (a), Augusta atendia-os sem cobrar um centavo pelos serviços fora do seu horário de trabalho. Importava curar/aliviar as dores do corpo da pessoa. Diz sentir-se feliz por ter auxiliado muitas pessoas durante o tempo que exerceu a profissão de enfermeira em Sub-Sede. Augusta citou os nomes de alguns pacientes que por ela foram atendidos nas suas respectivas residências: Getúlio Neckel; o casal Schinghel; Muller (pai do músico Alfredinho; Vobíto; Alcebides Pansera; Vergínio Pansera; Amantino Sebbem (cunhado da entrevistada); Beno e Julita Sander. Destacou Augusta que Beno contraiu uma determinada doença com certa gravidade, mas, graças aos atendimentos que obteve dos médicos, com assistência de enfermagem e da esposa Julita, permitiu que seu quadro clínico melhorasse o que possibilitou prolongar a vida até 2016 quando veio falecer.

Aos sessenta anos de idade (1997), Augusta conseguiu se aposentar, após 12 anos de trabalho de enfermeira. Neste período de tempo foram os seguintes médicos que atenderam no Posto de Saúde de Sub-Sede, Dr. Ciro Mikami e Dr. Vicente Maeda, de Santa Helena, Dr. Henrique, de Entre Rios do Oeste, contratados pela Prefeitura Municipal de Santa Helena.

Augusta/Alcides Sebbem, aposentados, família consolidada, condições que lhes propiciaram merecido descanso. A partir de então resolveram conhecer alguns municípios de outros Estados do Brasil e de países do continente europeu. Um dos sonhos alcançado ocorreu no ano de 1999, quando estiveram em Roma por 40 dias, a passeio. Nesta viagem estiveram no Coliseu de Roma. Augusta disse que ficou maravilhada com a grandiosa engenharia e arquitetura daquela arena construída no século I da Era Cristã (72 d.C.) durante a administração do Imperador Romano Flávio Vespasiano e concluída no governo de seu filho Tito em 80 d.C. Neste Coliseu, os imperadores romanos promoviam espetáculos teatrais com a finalidade de divertir a sociedade romana. Um dos espetáculo glamoroso e “emocionante” aos olhos da plateia, era assistir o lançamento dos cristãos na arena em meio aos leões famintos para que fossem estraçalhados/devorados pelas feras. Estratégia política adotada pelos imperadores de Roma na tentativa de dissuadir os seguidores e pregadores das palavras de Cristo aos povos que estavam sob dominação romana. Visitaram também o Vaticano onde conheceram a Basílica e o Papa João Paulo II no qual assistiram uma missa celebrada pelo pontífice da Igreja Católica. Ao adentrar ao Santuário Católico, Augusta disse ter visto uma cruz pesando 700 kg confeccionada totalmente de ouro maciço, segundo informações obtidas no local da visitação. Material de imenso valor cultural e econômico, que obriga o Vaticano manter diuturnamente guardas para proteger e vigiar este bem. Informaram-lhes da existência de outra majestosa Igreja Católica dentro do espaço territorial do Vaticano. Obviamente, ficaram desejosos de conhecê-la, porém, o acesso ao interior do templo religioso estava condicionado ao pagamento de ingresso. Segundo Augusta, o valor cobrado dos visitantes era um absurdo, desestimulando-os de querer conhecer aquele local de fé cristã. Augusta ficou vislumbrada e ao mesmo tempo estarrecida com as ostentações de riquezas materiais concentrada no Vaticano. Nunca tinha visto tantos objetos religiosos produzidos em ouro maciço.

Nesta turnê conheceram o campo de futebol do Milan. A viagem ocorreu no mês de maio, final do inverno europeu, entretanto, a natureza os proporcionaram presenciar e sentir um intenso frio, enxergar muito gelo e ver fortes nevascas. Ao saírem de casa procuravam agasalhar o máximo que podiam, pois, ao parar na rua, a sensação era de estar congelando. A cada instante retiravam o chapéu da cabeça para chacoalhar a neve acumulada na aba. Alcides Sebbem constantemente reclamava que aquele frio o fazia sentir fortes dores nas pernas. Os quarenta dias que estiveram em Roma, Alcides/Augusta hospedaram no hotel das irmãs. Viagem custeada em partes pelos próprios recursos econômicos do casal Sebbem e com auxílio financeiro dos filhos. Retirando o frio que passaram na Europa, afirma Augusta, foi o melhor passeio de sua vida.

Ainda acrescentou, a melhor riqueza que uma pessoa lhe presenteia é viajar para conhecer novas culturas e pessoas. No mês de dezembro de 2016, Augusta viajou com o Grupo dos Idosos de Santa Helena em excursão às cidades de Canela, Gramado e Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre foram conhecer os estádios: Beira Rio pertencente ao time do Internacional e o Olímpico do Grêmio. Inclusive assistiram a uma partida de futebol no Beira Rio entre o Internacional e o adversário Augusta não lembra mais o nome do time. Ainda na capital porto-alegrense visitaram a Igreja de Pedra construída pelos padres imigrantes católicos, muita linda por sinal, disse Augusta. Segundo o padre que os acompanhou nesta visita, relatou estar enterrado 15 padres no pátio da Igreja. Ao completar 5 anos do enterro do religioso naquele lugar, os ossos são retirados da cova e colocados de forma especial na parede da Igreja. Se for um Bispo, os ossos são transferidos até o Vaticano e acomodados na Basílica de São Pedro. As viagens que Augusta realizou, diz que lhes proporcionou ótimas lembranças e aprendizagens. Apesar de dispor de poucos recursos financeiros, soube aproveitar o máximo que a vida lhe ofereceu de bom até o presente momento, sintetizou a entrevistada.

Obs. Vejamos o relato de Auri Darci Petry, ex-aluno do Professor Alcides em Sub-Sede. Disse Petry que sabia o quanto o professor gostava de pescar, por isso aproveitava esta peculiaridade para fazer uma média com o educador. Auri com auxílio de seus irmãos (também ex-alunos do Prof. Alcides Sebbem), procuravam extrair do subsolo minhocas apropriadas para pescarias no Rio Paraná e entregavam ao mestre que agradecia os estudantes pela gentileza. Relatou também Petry que o professor Alcides o chamava de Petruski. Auri dizia ao professor que seu sobrenome era Petry, mas o educador insistia chamá-lo daquela forma. Esta troca de Petry para Petruski lhes acarretou certo incômodo. Há pouco tempo atrás, Auri estava pleiteando aposentar-se pelo INSS, um dos documentos que solicitaram para aposentadoria era a comprovação do grau de escolaridade. De posse da solicitada documentação escolar constatou-se que o Professor Alcides escrevia Auri Darci Petruski nos diários de classe e nos boletins de notas escolar. Essa incompatibilidade de sobrenomes Petruski/Petry somente foi resolvida com uma ação judicial.

Como autêntica santa-helenense, Augusta deixou o seguinte recado:

“Ao meu ver, o que falta para melhorar Santa Helena, são indústrias. Com isso geraria empregos e os jovens teriam trabalho.” Entende também que, a dificuldade de atrair empresários para instalarem no município, tem forte relação com a sua localização geográfica, por estar fora do roteiro dos principais centros comerciais do Estado do Paraná e do próprio Brasil. “Mas, em relação ao passado onde tinha tudo a se fazer, atualmente está tudo bem avançado, o que der para avançar, que as pessoas e o responsáveis pelo poder público municipal lutem na perspectiva de melhorias à Santa Helena e aos santa-helenenses no geral”. Augusta Sebbem.

Mensagem de Agradecimento à Sra. Augusta:

“Agradeço pela disponibilidade, interesse e confiança em conceder a entrevista. Escrever as narrativas históricas das pessoas que integram há décadas uma sociedade é estar colaborando com as gerações futuras, noções de como as gerações que os antecederam viviam e conviviam no meio social que estavam inseridos. Por isso, se faz necessário resgatar e registrar suas realizações como forma de assegurar viva a memória histórica de um povo, lhes dando o devido valor. A sociedade que conhece sua história, terá mais força e energia para transpor e vencer os desafios que surgem das lutas do cotidiano. É como estar atravessando uma ponte sabendo-se que seus pilares são resistentes o suficiente para suportar o peso das cargas que por ali trafega diuturnamente.” Professor João Rosa Correia.

























































João Rosa Correia