Cotidiano

27.10.2014

PERENIZAÇÃO NÃO

“Sou contra a perenização do Bolsa Família. Deveria ser emergencial, jamais permanente. Ele mata a fome e escraviza! Usa a ignorância do povo e o prende numa armadilha desonesta.”

Essa frase é de Ary Fontoura, dita num extenso desabafo depois do resultado das eleições presidenciais.

O programa Bolsa Família colocou a Dilma na condição de reeleita.

Demérito dela? Não, afinal de contas ninguém é contra dar de comer a quem tem fome e que não pode trabalhar para obter o seu sustento.

Mas o que não pode acontecer é a ofensa discriminatória contra o povo nordestino, para o qual a raiva sulista se externa em demasia.Só desta maneira pode haver bolsa família, cesta básica e outros benefícios sociais:

- Para quem é incapacitado, velho, deficiente ou que não tem a chance de trabalhar.

De resto, deveria ser provisoriamente e ir tirando o beneficiário de tal condição de necessidade.

Deixar a linha de pobreza não significa ganhar bolsa família. Bem ao contrário, significa não mais precisar dela.

Nos cálculos da diminuição da miserabilidade durante o debate eleitoral, estão os beneficiários do programa.

É artifício de governos ditatoriais a manutenção da necessidade de viver à custa do governo.

O que se espera é que Dilma, que propõe união e diálogo, encaminhe as populações mais pobres para a independência do Bolsa Família.

Daí sim terá aumentado a qualidade de vida de muita gente e lhes aumentado de classe social, de verdade.

 

Elder Boff