Cotidiano

24.06.2009

PARADOXO

Há algum tempo ouço falar, geralmente na piracema, que deveria ser proibida a pesca de rede no lago de Itaipu por um determinado período que não seja só na época do defeso.  Escrevi sobre isso há oito anos e meio e naquela época, não fui bem compreendido por alguns setores ligados aos sofridos pescadores.

Um pseudo “companheiro” político da época, ajudou a fazer minha caveira com dirigentes da classe, mas não tenho pudor algum em repetir o texto da época, que considero muito atualizado.


Na ocasião, sugeri que poderiam (os organismos competentes) proibir permanentemente a pesca com redes no lago. Ainda em 2000, quando participava da campanha como candidato a vereador junto com Silom Schimidt, pedi ao então candidato majoritário, que seria eleito posteriormente a exemplo do que aconteceu comigo, que olhasse com bons olhos para o pescador, que na sua maioria tem vida dura e sofrível.

Então, proibir a pesca com rede, em grosso modo, parece uma opinião paradoxal, mas não é nada contra os pescadores. Eles poderiam ser aproveitados como condutores de embarcações para pescadores esportivos, como guias. Até com as suas próprias embarcações.

Todo este caminho, deveria ser trilhado com um projeto bem elaborado e atingindo todo o lago de Itaipu. Como idéia, os pescadores teriam um período razoável de adaptação e preparação, sendo obviamente remunerados para tanto, através de ações junto aos Ministérios do Turismo, Pesca, Itaipu e municípios, diretamente interessados no incremento do turismo.

O turismo de pesca esportiva movimenta milhões de dólares em todo o mundo. Quanta gente sai daqui de Santa Helena, desse mundão de água, para procurar um lugar piscoso. Isso sim é um paradoxo.

Aqui, poderíamos receber milhares de turistas endinheirados para usufruir de um dos segmentos turísticos que mais geram riquezas, quando se trata de pesca. Esta a realidade que se quer para a Costa Oeste: cheia de turistas, sem pescador sofrido e com o lago cheio de peixes.

Elder Boff