06.05.2009

OS MELHORES DISCOS DE CADA ANO DE 1967 A 1980

Os Melhores discos de cada ano de 1967 a 1980, segundo matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo. Já escrevi nesse espaço que para mim não faz muita diferença essas listagem que de tempos em tempos aparecem, servem mais como título de curiosidade.

 

1967 - "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" - The Beatles - Ruídos cotidianos, fitas tocadas de trás para a frente, música indiana, fanfarra de colégio... Tem de tudo um pouco no disco em que os Beatles exercitaram seu experimentalismo ao máximo. O grupo estava influenciado pelas letras complexas de Bob Dylan e pelo álbum "Pet Sounds", dos Beach Boys, que já trazia esquisitices de estúdio.

 

1968 - "Truth" - Jeff Beck Group - Uma banda que reunia o virtuosismo de Beck na guitarra, o vozeirão rasgado de Rod Stewart e o boa-praça Ron Wood no baixo. Foi o primeiro surpergrupo do rock a implodir pelo choque de egos.

1969 - "Tommy" - The Who - Pete Townshend usou a figura do menino cego, surdo e mudo para recontar sua própria história de garoto feio e pobre que encontrou a redenção no rock. Música de primeira e a criação do formato ópera-rock, que seria repetido à exaustão por outras bandas nos anos seguintes.

1970 "Led Zeppelin II" - Led Zeppelin - Nesse segundo álbum, o grupo de Jimmy Page inventou o heavy metal, com frases de guitarra curtas e distorcidas. Clássicos como "Whole Lotta Love" e "Moby Dick" foram imitados por uma década inteira.

1971 - "Sticky Fingers" - Rolling Stones - Capa assinada por Andy Warhol (aquela com a foto da braguilha de Mick Jagger, com um zíper de verdade na capa do bolachão); a primeira canção explícita sobre drogas ("Sister Morphine"); o melhor dos Stones em rocks ("Bitch", "Brown Sugar") e baladas ("Wild Horses", "Dead Flowers"). Precisa mais?

 

1972 - "Dark Side of the Moon" - Pink Floyd - Ficou 20 anos entre os 200 álbuns mais vendidos na Grã-Bretanha, recorde absoluto. Representa o apogeu do rock progressivo, com músicas complexas, que exploram todos os recursos disponíveis nos estúdios na época para criar ambientes sonoros para o ouvinte. A faixa "Money" trouxe um fraseado de baixo inimitável, que virou marca registrada de Roger Waters.

 

1973 - "Kiss" - Kiss - O disco de estréia da banda que uniu o heavy metal ao universo da ficção científica e dos quadrinhos. Seu maior mérito é justamente ter atraído uma faixa de público mais jovem ao rock. As músicas são energéticas e extremamente simples, como o hino "Rock And Roll Nite", tocada com apenas três acordes.

1974 - "Too Much Too Soon" - New York Dolls - Essa banda era uma apenas uma cópia andrógina dos Rolling Stones, com os medíocres e maquiados David Johanssen (vocal) e Johnny Thunders (guitarra) como uma caricatura de Jagger & Richards. No entanto, o álbum é cru até o osso, o protótipo do punk. Os NYD foram empresariados pelo mesmo Malcolm McLaren que depois acertaria a mão com os Sex Pistols.

1975 - "Born to Run" - Bruce Springsteen - Com o pop perdido entre a pompa do progressivo e os limites do heavy metal, Springsteen resgatou a verve dylanesca do gênero contando histórias de párias da sociedade americana emolduradas por músicas de tom épico. A faixa-título é constantemente votada pela crítica dos EUA como a melhor canção de rock da história.

 

1976 -"Horses" - Patti Smith Group - Poeta e artista performática, Patti Smith injetou pretensão artística ao rock. Protegida de Andy Warhol, ex-namorada do fotógrafo Robert Mapplethorpe e do escritor Sam Sheppard, em seu álbum de estréia ela canta rocks pesados e versos inspirados nos poetas malditos franceses, como Rimbaud e Baudelaire.

1977 - "Never Mind the Bollocks... Here's the Sex Pistols" - Sex Pistols - Com ele o punk saiu do underground. É o mais puro não as superbandas da época que estão acomodadas e desinteressadas com seu público. As músicas, de no máximo três acordes, são mal-tocadas e mal-cantadas, mas têm uma vibração fantástica, tão fantástica que levou os caras ao megaestrelato, e em consequência a separação tráumatica.

1978 - "Parallel Lines" - Blondie - A força do punk não era suficiente para ganhar espaço num mercado entafulhado de disco music. O guitarrista Chris Stein sabia disso e incluiu entre os bons rocks desse disco do Blondie uma música que se tornaria clássico das pistas: "Heart of Glass". Isso garantiu o sucesso e a continuidade da carreira do Blondie, um dos baluartes da new wave -o pós-punk levemente dançante.

1979 - "London Calling" - The Clash - Com o fim dos Pistols e a morte de Sid Vicious, o punk teria acabado como um fenômeno fugaz se não fosse esse álbum duplo. Enquanto as letras mostram toda a militância anarquista da banda, as canções fazem um releitura punk de rock, rockabilly, surf music, reggae, jazz, country e funk. Para a revista "Rolling Stone", o disco da década.

1980 - "Back in Black" - AC/DC - Primeiro disco de rock pesado a atingir o topo da parada dos EUA desde "Hotter than Hell", do Kiss, em 74. Isso revitalizou o gênero para a década de 80. A faixa-título é praticamente um funkão, antecipando o mix funk-metal que ganharia força seis anos depois com bandas como Red Hot Chili Peppers. A bíblia metálica "Kerrang" elegeu "Back in Black" o melhor disco pesado da história.