Nasci dentro de um bar.

Na verdade, por sobre o bar, onde ficava o quarto de minha mãe, onde a parteira foi fazer o trabalho no início da tarde de 25 de maio de 1966.

A infância foi entre a cidade e o campo.

O dito bar, onde funcionava também um restaurante e um hotel, ficava no início da chácara e por consequência e obviedade, no início da cidade.

Sempre fui meio urbano-rural.

Quando fui vereador, meu lema de campanha: “A Voz do Campo e da Cidade”.

Aprendi a ouvir o campo e a cidade.

Depois, aprendi a falar do campo e da cidade.

Por sinal, a primeira vez que falei no microfone de uma rádio foi com apenas 4 anos de idade.

Meu pai me levou no programa de auditório do CTG da cidade para declamar um verso.

Mas eu continuava a conviver com o bar.

Aos oito anos, mudei para outra cidade, outro estado.

Fui morar em frente a um bar e o bar continuou sendo meu habitat natural.

Somente aos 33 anos de idade, saí do bar.

De vez em quando volto ao meu habitat natural para matar a saudade das origens.