17.06.2011

O QUE VOCê FAZ?

É bem comum cruzarmos com um antigo amigo ou mesmo em uma nova amizade e ouvirmos: “_ O que você faz?”.  Imediatamente interpretamos como “qual a sua profissão?” e respondemos  “ trabalho na Empresa Tal”, certos que esta parte da conversa foi finalizada. Mas existem pessoas que realmente querem saber a resposta  e continuam “Que bacana, e o que você faz?”.  Invariavelmente nosso cérebro processa Qual o seu cargo?Ao qual respondemos “ Sou gerente” (sorriso).  E  aquele  ser ali na sua frente apenas ergue as sobrancelhas e você já sabe o que ele vai dizer. E ele diz. “ Puxa… e o que você faz?”.

Nessa hora a maioria das pessoas entra em pânico, gagueja e não sabe explicar exatamente quais são as atribuições de seu cargo. Tudo acompanhado de um sorriso amarelo e um desconforto evidente. Diz que faz várias coisas, e que é complicado explicar para quem é de outra área. Normalmente nem nos damos conta de quanto essa descrição foi pobre, de que não fez jus ao que realmente fazemos. E se pensássemos a respeito logo chegaríamos a conclusão de é claro que nós sabemos bem o que fazemos por oito horas, cinco vezes por semana nos últimos dez anos. Mas não sabemos  em poucas palavras traduzir isso pra qualquer pessoa fora do escritório. E por quê? Há pelo menos três explicações:

1º) Você nunca pensou sobre isso. O que é normal, a maioria das pessoas não tem essa experiência extracorpórea. Não se imagina no trabalho estando fora dele. Não mentaliza processos e situações ou se planeja para o inesperado. Sim, é possível se planejar para o inesperado.  O que você faria num assalto? Se o prédio pegasse fogo? Ou se se surgir um cliente querendo comprar  o dobro da sua produção habitual? Qual é o plano B?

2º ) Você se leva a sério demais. E isso não de todo errado, você tem que se valorizar, dar importância as suas conquistas e seu esforço, mas … e se você parar, por um dia, uma semana. O que acontece? O que teria se perdido? O que seria irremediável, apenas pela sua ausência? No que ninguém pode te substituir?

3º) Não é o trabalho que define você. Convenhamos, quem disse que “o que você faz?” precisa ser respondido  com algo referente ao seu trabalho? Podia ser: “Eu sou zagueiro as quartas a noite” ou “Eu faço uma macarronada deliciosa”, “ Eu pinto quadros”, ”Tiro fotos ” , “levo meu cachorro pra correr no parque”.

Para ser bom naquilo que se faz, é preciso que isso faça parte de você. Não há realização profissional sem satisfação pessoal. O que você faz, precisa ser o que lhe faz quem você realmente é. Simples assim. Aquilo que te realiza. Se o trabalho fizer parte disso, ótimo! Se não, você esta no caminho errado. Questione-se sempre, crie alternativas, divirta-se sempre, tenha prioridades. Seja sempre  realista e sincero com você mesmo. Tenha consciência de onde você realmente não pode ser substituído.

E da próxima vez que lhe perguntarem, tenha certeza que a resposta te convence. 

Grande Abraço, comentem ([email protected] ) e sigam ( @AruananBarreto )