Cotidiano
01.04.2015
O LEITOR SOBRE O PELADÃO QUEBRADOR DE VIDRAÇAS
Leitor:
Li sua coluna sobre o pelado quebrador de vidraças e consequentemente sua crítica em relação à burocracia e a falta de ação da secretaria de saúde.
Porém, tenho que discordar e na minha visão a secretaria de saúde acertou. Explico:
Apesar de o "paciente" estar com evidentes problemas mentais, uma internação desse tipo se assemelha a uma prisão, visto que o paciente não tem o poder de decisão, até porque suas faculdades mentais estão abaladas (não cabe a eu explicar o tratamento, até por que não sou médico e não sei), trata-se, portanto, de uma medida coercitiva que, pesar de ser para o bem, fere a liberdade da pessoa.
Medida essa que, graças a Deus, nenhum secretário tem o poder de tomar, senão um juiz, após a iniciativa do Ministério Público que tem o poder/dever de zelar pela população, inclusive nesses casos. (Imagina um cidadão poder mandar internar quem quisesse ao seu bel prazer?).
Mando esse comentário apenas para contribuir, não tem nada de científico.
Abraços e parabéns pelos comentários da coluna.
Escrevo eu:
Caro internauta, respeitosamente agradeço a sua correspondência, mas quando cito burocracia, é esta mesma, a da justiça, que deve ser transposta a partir da proposição do setor competente, que é a saúde, juntamente com a polícia, seja civil ou militar.
Deve haver interesse por parte da saúde pública na resolução do caso de possível insanidade mental.
Mas devo reconhecer que não é obrigação isolada do setor.
Também deixo claro que sou a favor da lei antimanicomial e que internamentos breves em casos graves, são necessários, mas muito mais do que isso, um acompanhamento psicossocial na própria comunidade quando possível.
O projeto dos CAPS, pelo menos o 1, já nos anima, diante do nosso nível populacional.