Cotidiano

24.03.2010

NOSSA MALINHA

A gente só leva da vida a vida que a gente leva!
Nem sei se a frase é construída desta maneira, mas é bem fácil entender o que ela diz e serve para uma reflexão bem acurada acerca do que fazemos e para onde vamos. Cada vez que desaparece de forma prematura, um ente querido que esteja a nossa volta, tentamos entender os mistérios da vida e da morte.

Essa letra é de Fátima Guedes (A vida que a gente leva - gravação Leila Pinheiro)

"Não tenho medo de nada porque vivo minha vida como quem sorve uma taça de preciosa bebida saboreio lentamente cada hora, cada dia nas coisas que tão somente fazem a minha alegria.

Eu te dou um forte abraço eu canto eu digo um agrado tudo pra ver teu sorriso o teu sorriso é sagrado e, às vezes, apenas isto é luz que dissipa a treva a gente leva da vida, amor a vida que a gente leva"

Como diz sempre o padre Gringo, nossa vida é uma mala que vamos enchendo para a eternidade. O conteúdo, bem, o conteúdo dela, o que vamos colocando dentro é que será mostrado na porteira divina. Quem acumular maldades, quem pisar sem dó e piedade nos mais humildes, nos indefesos, vai enchendo a mala de soberba. Quem descumprir as regras básicas da vida em comum, quem usar de escada os outros, quem se aproveita de tragédias para se enaltecer, vai enchendo sua malinha e na hora da prestação de contas, o diabo vai sorrir.

A gente só leva da vida, a vida que a gente leva. Não vamos levar riquezas, não vamos levar mansões, nem tão pouco os carrões. Vamos levar o amor que está dentro dos nossos corações!

Pouca gente está preparada para partir. Poucos estão com a "mala pronta". A gente pensa que o trem da passagem para o outro lado, está longe da estação. Quando vemos, ali está ele, com a nossa vaga garantida. Daí, os sonhos se dissipam, cessam os projetos e é hora do acerto final. A gente só leva da vida, a vida que a gente leva!

(sessão retrô, do CL em março-2008)

Elder Boff