Cotidiano

24.08.2009

NÃO ATRAPALHE

É inegável a posição privilegiada do Brasil no campo creditício. A partir da concepção do Plano Real, nossas posições econômicas se tornaram uma base bem sólida no contexto internacional.

E agora, conforme levantamentos de uma reportagem da Folha de São Paulo, a dívida privada supera a do setor público. Isso quer dizer o seguinte: a dívida de famílias, pessoas e empresas privadas, ultrapassou no ano passado, pela primeira vez desde o início do Plano Real, o total das dívidas do setor público.

Esse endividamento absorvia a maior parte dos recursos que poderiam ser carreados para financiar o setor privado.

O autor deste estudo foi o economista Carlos Rocca, este resultado é fruto da mudança do modo da forma com que o país financia com o amadurecimento do mercado de capital e maior viabilidade para o setor privado.

Essa que é considerada mais uma vitória no campo da economia nacional é fruto da estabilidade da moeda, da ascensão de classes sociais e desenvolvimento do setor privado em que pese a falta de crédito, ainda proeminente para o setor imobiliário e infraestrutura.

É uma pena que paralelamente a esta boa notícia no campo econômico, resultado da eficácia das empresas, o governo continua gastando mais e mais.

O aumento dos gastos federais de janeiro a julho é maior do restante da média de todo o governo Lula de 2003 a 2008 em termos percentuais sobre o Produto Interno Bruto.

A voracidade do governo com os gastos para manter a máquina pesadíssima estatal funcionando chega a números incríveis: 18,34% do PIB.

Nos sete primeiros meses deste ano, o governo gastou R$314,8 bilhões, de acordo com estudo feito por economistas a pedido do senador Tasso Jereissati do PSDB do Ceará.

Mesmo o governo emplacando esta gastança para girar a máquina estatal, o setor privado dá mostras de que ajuda o país a se solidificar economicamente. É como se diz por ai e isso vale não só para o governo federal: se não ajudar, atrapalhe o menos possível. Deixe o empresário trabalhar.

 

Elder Boff