Cotidiano

06.11.2014

MORTO VIVO

Uma demonstração inequívoca de que a metade da população está descontente com a condução dos rumos do Brasil foi o resultado das eleições.

Mas uma demonstração também inequívoca, de que a maioria (pequena maioria) que compareceu às urnas, disse sim ao modelo.

Com 100% das urnas apuradas, Dilma obteve 51,64% dos votos e Aécio, 48,36%. A diferença de votos era de 3,4 milhões. Essa foi a menor diferença de votos em um segundo turno desde a redemocratização.

Antes disso, a disputa mais apertada foi em 1989, quando Fernando Collor de Mello (então no PRN) venceu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por 4 milhões de votos. Na época, Collor teve 53,03% contra 46,97% de Lula, o que significa ainda mais em termos percentuais.

O Brasil tem 204 milhões de habitantes e 54.500 votaram em Dilma.

Descontando crianças e adolescentes que não votam, um número altíssimo de abstenções e também de votos nulos e brancos, perfazem uma soma de quase 150 milhões que não votaram na presidente.

Um sinal claro de que a oposição, que parecia sumida do mapa, voltou e que nos embates futuros o PT vai sofrer para manter-se.

Dizem que, com Lula (que estará com 73 anos) seria uma vitória fácil.

Se o Brasil for bem, crescer e avançar no combate à corrupção tomara que Lula esteja gabaritado junto com o PT para continuar governando.

Quem deseja o mal para o país?

Ao propor diálogo, a presidente há de entender que os primeiros choros e berros, são dos que saíram derrotados das urnas.

Ao velar a candidatura, não é hora de dialogar com o defunto que praticamente foi enterrado vivo e tem muita vontade de ressuscitar.

Elder Boff