Cotidiano

30.07.2013

MICHEL E NIVALDO

Por mais de dez horas, praticamente de forma ininterrupta, o operador de máquinas Michel, trabalhador da empresa terceirizada pela Sanepar, escavou em busca das vítimas do soterramento que aconteceu nesta segunda-feira em Santa Helena.

Tão logo aconteceu o fato, eram por volta de 11h30 da manhã, de pronto Michel conseguiu salvar Nivaldo Rodrigues Floriano, irmão das duas vítimas fatais.

Nivaldo ficou encoberto pela terra que deslizou, até a cintura e depois, em estado de choque, acompanhou o resgate dramático dos irmãos.

Michel continuou com a máquina pantaneira desde a hora do acidente até por volta de 21h quando foi encontrado o corpo da outra vítima.

A primeira havia sido “desenterrada” por volta de 14h30.

O operador parou apenas uns 20 minutos para fazer um lanche e depois retomou o duro trabalho de ter que encontrar em meio à terra, o corpo do colega de trabalho.

Michel representa o denodo de tantos outros que colaboraram no momento marcante desta notícia tão triste.


Exausto, Michel não desistiu da missão

Há de se destacar a ajuda prestada por outros funcionários da empresa terceirizada, da própria Sanepar e da prefeitura, notadamente o pessoal dos bombeiros, obras e da saúde.

Também a Polícia Rodoviária, Militar, Civil e Instituto de Criminalística, desempenharam o papel que lhes coube no árduo labor em meio à tragédia.

A imprensa, principalmente os repórteres do Correio do Lago, Alcir e Rafael que fizeram 10h de plantão no local.

Fico imaginando a mãezinha dos três envolvidos no acidente, que numa casinha pobre na cidade de Assis, recebeu a notícia dos dois filhos mortos.

Um roteiro dramático protagonizado por três humildes criaturas, operárias do trabalho braçal.

Quão difícil vai ser para o terceiro que se salvou, suportar o cenário de terror que envolveu a perda de seus irmãos, com os quais quase foi junto.

Que Deus abençoe Nivaldo. Que Deus ilumine Michel e lhe encha de graças.


Nivaldo

Elder Boff