Cotidiano

18.03.2015

MEMÓRIA

Estou lendo um livro que ganhei do dono do apartamento onde estava nas férias.

Ele mora no litoral catarinense e conta no livro sobre os bastidores de sua paixão mor: A música.

Na sua viagem ao passado, cheiros fazem parte das relembranças.

Mas a gente tem várias memórias além da olfativa, com destaque para a visual e a auditiva.

Tem também a memória do tato e a gustativa.

É comum a gente sentir um cheiro e remeter nosso pensamento para muitos anos atrás.

O olhar a uma paisagem idêntica, também nos remete ao passado, muitas vezes.

Não diferente é o gosto daquela comida que cruza pela nossa vida atual, nos fazendo recordar das receitas da vovó.

Então, quando pensamos em algo de forma saudosa, nem relacionamos aos sentidos, mas simplesmente ao que vem na memória.

Mas sem perceber, nossa saudade tem a ver com cheiro, com gosto ou com algum aspecto visual.

Essa é a nossa memória, fantástica.

Ela só não funciona bem, quando vamos votar.

Somente as lembranças mais recentes é que afloram.

Por exemplo. Se algum político prometeu trabalhar, investir, todos os anos de sua administração, mas só começa a executar suas obras e serviços nos dois últimos anos, é isso que será lembrado e ele será guindado ao próximo mandato.


Elder Boff