Cotidiano
08.07.2015
MÁQUINA DE ESCREVER
Acho que sou uma espécie em extinção.
Pessoas que escrevem no mundo das notícias, praticamente só as agências grandes e periódicos diários.
Ouço rádio e percebo na região toda, praticamente, que é só reprodução de matérias que já estão impressas em outros meios.
Formados em jornalismo de uns tempos para cá, muitas vezes saem do forno da faculdade, pecando até em concordância verbal.
Formação de frases, composição de texto, começo, meio e fim, então... Dá dó.
Mas, antigamente, principalmente nas redações de rádios, havia o Ctrl c, Ctrl v da época.
Era o serviço de rádio escuta.
Púnhamos a gravar emissoras das grandes capitais, principalmente as rádios Gaúcha e Guaíba de Porto Alegre, bem como a Globo do Rio e Bandeirantes de São Paulo.
Havia um timer ao qual era acoplado à tomada do rádio toca-fitas sintonizado numa destas emissoras.
O timer despertava o rádio à meia-noite, para gravar o “Globo no Ar” e pela madrugada, os noticiários das outras emissoras.
Chegando pela manhã, máquina de datilografia a postos copiando a transcrição da fita cassete.
As notícias locais, todas, sem exceção, tínhamos que redigir.
Não existiam sites, como o Correio do Lago, à disposição, para simplesmente interpretar a leitura no ar.