Cotidiano
08.06.2010
INVETERADOS
Conversava hoje pela manhã com algumas pessoas sobre o que motiva uma parte significativa da nossa população a fazer compras compulsivamente no Paraguai ou em Cascavel, Foz do Iguaçu ou Toledo e no mesmo colóquio, tentávamos descobrir o perfil destas pessoas.
Na rodinha, apareceram várias versões: - Um quilo de prego em Santa Helena custa o dobro do que em Cascavel! – No Paraguai se compra uma blusa pela metade do preço! – Quem compra fora é os donos de comércio e dirigentes de associações!
Existem dois culpados por esta situação, eu diria três. Os clientes que compram sem ao menos pesquisar, pechinchar no comércio local e que não estão preocupados com o giro financeiro aqui, com a geração de empregos e nem tampouco com a formação de um círculo virtuoso de movimentação de dinheiro.
São culpados também, os próprios comerciantes que em muitos casos (não generalizo) colocam muito percentual sobre o preço das mercadorias e até dos serviços, afugentando os clientes e o poder público que parece inerte à questão.
Quando falo sobre poder público, temos que englobar os poderes constituídos que não se restringem à prefeitura. Temos também a câmara e as entidades representativas, notadamente a associação comercial.
A prefeitura parece interagir bem pouco com o comércio local, a secretaria de indústria e comércio precisa estreitar os laços de relação com seu publico alvo e se apoiar também no pensamento da Acisa para obter a informação do que se passa na mente do empresariado local.
Mas é aí que reside o problema: o empresariado local está bem representado pela sua entidade máxima? Quais são as ações que demonstram boa vontade tanto de um lado, como de outro, ou seja, tanto da prefeitura como da associação para o encaminhamento da pauta do setor?
Se todos os lados interagirem: poder público, entidades representativas, de repente o cliente em potencial possa fazer parte de um “acordo de cavalheiros” e começar a mudar o hábito de sacoleiros inveterados.
(Aberto à controvérsia)