Cotidiano
24.07.2014
IMORTAIS QUE SE VÃO
Os poetas se vão, mas são os que mais vivem depois com as suas obras imortalizadas.
Hoje foi enterrado Ariano Suassuna, um dos ícones da poesia brasileira.
Autor de algumas célebres obras, como o Auto da Compadecida e a Pedra do Reino, que viraram minissérie, ele também era um frasista de mão cheia.
Uma das interessantes era uma autocrítica à falsa humildade: “A humanidade se divide em dois grupos, os que concordam comigo e os equivocados”.
Outras: “Não troco meu oxente, pelo ok de ninguém”. “Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas”.
Suassuna também foi o autor do Movimento Armorial , iniciativa artística cujo objetivo seria criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.
Era um bairrista no quesito da cultura brasileira e a defendia como poucos. Aliás, com propriedade, pois ele era a própria cultura em pessoa.
A ABL, Academia Brasileira de Letras, assim se manifestou hoje sobre mais um imortal que se foi: “A morte de Ariano Suassuna constrange e entristece a Academia Brasileira de Letras. No espaço de um mês, é o terceiro grande acadêmico que parte”.
Em 20 dias, faleceram João Ubaldo Ribeiro, que morreu na última sexta-feira, 18 e o poeta Ivan Junqueira, que morreu no dia 3.