Cotidiano
11.10.2013
HISTÓRICOS SEQUESTROS DO PARANÁ
Ontem pude conversar com o futuro subcomandante da Polícia Militar do Paraná, Péricles de Matos durante um evento em Marechal Cândido Rondon.
Ele relembrou uma das histórias policiais mais dramáticas vividas no Paraná, com o sequestro acontecido em MCR em 24 de abril de 1995.
Como repórter, acompanhei aturdido o fato, ouvindo o rádio e assistindo a televisão.
Colegas repórteres de rádio, principalmente daquela cidade, chegaram a ficar os cinco dias e cinco noites sem dormir, cochilando ocasionalmente para acompanhar os fatos que poderiam culminar a qualquer momento com a invasão pela polícia ou saída dos sequestradores.
Ao findar exatamente 123h do sequestro, a polícia especial (Bope, Tigre) entrou na casa com vários integrantes.
Péricles contou que estava entre os policiais mascarados que entraram naquela casa, cuja ação acabou com o saldo de três bandidos mortos e uma mulher ferida com quatro tiros.
Três disparos teriam sido provocados pela própria polícia e um pelos bandidos.
Relembrou-me o coronel, que foi feita uma maquete em tamanho real da casa durante os dias que antecederam a ação.
Um médico, Roberto Biagi Alegro, na época com 52 anos, entrou nove vezes na casa e forneceu informações que ajudaram na operação.
Discretamente, o médico levou recado para que as mulheres que estavam na casa, utilizassem camisetas brancas. Estavam na casa, Leina Martin, esposa do dono de uma joalheria, uma filha de nove meses, mais uma moça de 16, outra de 25, uma mulher de 28 e seus filhos gêmeos de 7 anos.
Na hora da entrada na casa, estava tudo escuro e mais ou menos cientes da localização dos três sequestradores e com a cor de roupa diferenciada, foi possível atacar com certa precisão.
A TV Bandeirantes através da Tarobá transmitiu ao vivo a invasão. Esse episódio marcou positivamente a ação da polícia no Paraná e ajudou a apagar uma série de equívocos que haviam sido cometidos noutro fato ocorrido em 1988.
Havia um ano e pouco que estava no rádio e na ocasião entrevistei Lourival Neves, hoje já falecido, que foi para cobrir o acontecimento e acabou se oferecendo como refém.
Foi o mais longo assalto a uma agência bancária do Brasil e ocorreu em Goioerê
A fuga foi cinematográfica, com uma falsa freira participando das negociações. Naquela ocasião, os dois bandidos se safaram do sequestro, saindo da agência em três com a mesma roupa e a freira junto.
Foram de carro pelas ruas e depois pegaram um pequeno avião, sempre com a “freira” como garantia e escudo.
Encontrei no Youtube, um vídeo da Tarobá, mostrando a ação em Marechal Rondon e também outro, mostrando o final do sequestro em Goiorê.