Cotidiano
25.04.2013
GOLEIROS MEDROSOS
Ontem escrevi aqui sobre futebol, mais tendendo a tergiversar comparativamente sobre os extremos nos quais vivemos, que se forem ruins, passam e se forem bons momentos, também cruzarão.
Volto ao tema futebol, mesmo contrariando alguns leitores que sempre me cobram para não falar de bola, pois preferem os temas do cotidiano, coisas mais ligadas à gente.
Mas faz tempo que queria escrever sobre uma coisa que tenho observado nos últimos anos. Talvez mais de dez.
Os goleiros não catam mais a bola como se fazia antigamente.
Nenhum arqueiro encaixa a bola, mesmo indo a sua direção não tão forte assim.
Antigamente os goleiros pareciam felinos ferozes que unhavam a bola tal e qual um abraço dos mamíferos da ordem Pilosa.
O Manga, famoso arqueiro da era de ouro do Inter de Porto Alegre era um exemplo destes que não dava rebote e com suas enormes mãos já defeituosas de quebradeiras, agarrava a bola que nem o Tamanduá, animal da ordem citada acima.
Hoje os goleiros espalmam pra fora qualquer bolinha. Se for “bomba” rebatem para frente, o que é pior.
Será que nenhum jovem goleiro da atualidade poderia se atrever a devolver a emoção das “pontes” e defesas magistrais sem dar o rebote?
É difícil. São todos medrosos de levar um peru ao tentar encaixar uma bola, seja baixa chutada diretamente contra o arco ou cruzada na área, de onde sempre espantam a redondinha para deleite dos atacantes que podem repetir o chute.