Cotidiano

17.03.2015

FALSO SEQUESTRO

Outro dia um conhecido, bem chegado, recebeu uma ligação, dando conta de que sua filha estava sequestrada.

Enrolou um pouco e com outro telefone que estava à mão, ligou para a filha que atendeu normalmente.

Enrolou mais um pouco, para ver até onde ia a conversa.

O cara, provavelmente num presídio do nordeste, dado o número do código de área, pedia 20 mil.

Às vezes, a ligação é sem número de identificação.

O interlocutor do lado de cá, disse que só tinha dois mil à disposição.

Foi quando recebeu a ameaça que mataria a sua filha e ainda a pôs no telefone.

Como o ameaçado já sabia que se tratava de um falso sequestro desligou o telefone e voltou a ligar para a filha para ver se estava tudo bem mesmo.

Fico imaginando se pega uma pessoa um pouco mais despreparada.

Primeiro, vai cair em desespero.

A voz da filha ou do filho, por mais que não seja original, o apavoramento a transformaria real.

Então, ao receber um telefonema destes, em primeiro lugar, não se apavore e desligue imediatamente, fazendo de conta que a ligação caiu de pronto.

Isso dá tempo de você se certificar se está tudo bem, por via das dúvidas.

Se o larápio voltar a insistir, você já sabe da real e é só dispensar de novo.

Eles não vão insistir e vão atazanar outro.

-o—o-

Por falar em questão de segurança, outro dia o pessoal que cuida de assuntos de polícia aqui, me sugeriu escrever sobre a falta de delegado no município.

Sinceramente, não dá pra entender o que acontece.

Todo delegado que vem trabalhar em Santa Helena, rasga elogios para a delegacia, para a cidade e para o povo daqui.

Daqui a pouco, tá transferido.

Eu não sei o que acontece, mas que é um mistério estes remanejamentos permanentes e repentinos, isso é.


Elder Boff