Cotidiano
16.03.2010
EU NÃO TINHA
O Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor, completa hoje dia 16, 20 anos. A juventude de hoje nem sabe disso e nós, dos 40 pra cima lembramos muito bem a cadeia nacional de rádio e de televisão, anunciando o famoso confisco da poupança.
Zélia Cardoso de Mello foi a porta voz da notícia e com aquela voz empastada avisou-nos que o nosso dinheiro da poupança, outras aplicações e conta corrente, estava retido. Nosso, vírgula!
No auge dos meus 23 anos, não tinha acima de CzN$50 mil (cruzados novos, que viraram cruzeiros na mesma ocasião), na poupança e muito menos em aplicação ou conta corrente, diga-se de passagem, o que acontece até hoje.
Então o povo que ajudava a manter a liquidez nacional, acabou sendo sorrateiramente surrupiado. O dinheiro foi devolvido depois, com juros de 6% ao ano e sem a correção monetária.
Milhares e milhares de ações de restituição foram propostas individual e coletivamente e tramitam até hoje.
Só para se ter uma idéia de valor, os 50 mil cruzados novos significavam pouco mais de R$4 mil de hoje e a soma da “dívida” do Plano Collor com os brasileiros lesados era de R$50,5 bilhão. As ações promoveram uma devolução de apenas R$1,8 bilhão.
Este aniversário, poucos gostam de comemorar!