Contando Histórias
04.11.2014
Entrevista com o pioneiro Augustinho Gallo, no ano de 1999, na localidade de Santa Helena Velha
No dia 29 de abril de 1999 os professores: João Rosa Correia, de História, Afonso Kaiser, de Geografia e Adelmo Pletsch, de Física, do Colégio Estadual Humberto Alencar Castelo Branco – Ensino Médio, de Santa Helena, acompanhados pelas suas turmas de alunos da 1ª Série C e D do referido colégio, deslocaram até a residência do Sr. Agostinho Gallo na localidade de Santa Helena Velha, com a finalidade de entrevista-lo e assim conhecer sua trajetória histórica.
Agostinho Gallo iniciou relatando que nasceu na cidade de Ribeirão Preto (SP) no ano de 1925. Casou-se com a Sr.ª. Sibila Gallo, filha de Judite e Luís Noro. Sibila nasceu no dia 21 de maio de 1926, em Santa Helena Velha. Ali viveu toda sua existência. Agostinho e Sibila tiveram 05 filhos e 02 filhas.
Os pais de Agostinho Gallo, Sr. Paschoal Gallo e Ângela Batistuta Gallo vieram da cidade italiana de Gênova e Veneza para o Brasil no ano de 1920. Ao chegar ao Brasil, a família de Agostinho fixou residência no município de Ribeirão Preto, estado de São Paulo.
Seus pais passaram a trabalhar no cultivo do café. Região de terras novas, solos férteis e clima propício para o desenvolvimento do referido produto. Fatores naturais que possibilitavam alta produção do café naquela época, aliada a muita mão-de-obra barata no cultivo do produto e com excelente valor comercial no mercado externo. Portanto, o café rendia ótimos lucros aos proprietários de terras. Sabendo-se que Paschoal Gallo não possuía terras, o que obrigava-o a trabalhar de arrendatário a fazendeiros de café. Sendo assim, a família Gallo resolveu buscar um novo lugar para residir e assim tentar conseguir melhores condições de vida.
Outra situação enfrentada pela família Gallo advinha da dificuldade de adaptação do clima na região de Ribeirão Preto/Sorocaba, por ser muito quente quase o ano inteiro. Na Itália o clima era mais fresco, estável, agradável, comentavam os pais de Agostinho aos seus filhos. Por intermédio de amigos e de outras pessoas, Paschoal Gallo ficou sabendo que na Argentina o clima assemelhava-se ao da Itália. Corria o ano de 1930, ele reuniu a família e rumou em direção àquele país. A intenção era ir para a capital da Argentina - Buenos Aires - através do trajeto: Ribeirão Preto a Presidente Prudente viajaram de caminhão, de Presidente Prudente (SP) a Guaíra (PR) de navio via Rio Paranapanema e Rio Paraná, de Guaíra a Porto Mendes a família viajou de trem de ferro da empresa Mate Laranjeira (empresa Inglesa), pois, navegar no Rio Paraná naquele trecho era impossível devido às Sete Quedas (obs: em outubro de 1982 as Sete Quedas foram submersas pelo reservatório do Lago de Itaipu).
Do porto de Porto Mendes ao Porto de Santa Helena Velha voltaram a viajar de navio, denominado Cruz de Malta. Navio com 70 metros de comprimento e dois andares, recorda Agostinho Gallo. Quando chegaram ao porto de Santa Helena Velha estava escurecendo. O navio Cruz de Malta pernoitaria no local para que no outro dia continuasse a viagem até as cidades de Corrientes/Posadas na Argentina. Destas cidades Paschoal Gallo e família rumariam para Buenos Aires.
Na região de Santa Helena Velha quem detinha o controle e a exploração das terras era a Companhia Colonizadora Espéria. Os proprietários da empresa Espéria também eram de origem italiana. Ao saber que a família Gallo estava deslocando-se para a Argentina, os proprietários da Companhia Espéria propuseram-lhes fixar residência em Santa Helena Velha e lhes ofereceram gratuitamente uma colônia de terras caso ali se estabelecessem. A conversação aconteceu na noite de nove de agosto de 1930, sendo que os proprietários da Companhia chegoram abrigar a família Gallo no Armazém da empresa, onde foram muito bem tratados, relatou. Com a promessa de doação de terras, a família de Paschoal Gallo resolveu ficar em Santa Helena Velha.
A Empresa cumpriu o prometido doando-lhes 10 alqueires de terra. Agostinho recordou sobre a exuberante flora e fauna que havia na região, com grandes árvores, variados tipos de pássaros. Comentou sobre a enorme quantidade de papagaios que devoravam parcela significativa da produção de milho dos agricultores. Disse Agostinho num tom de brincadeira, “era tanto papagaio que chegava tampar o sol quando estes realizavam suas revoadas”. Falou a respeito das caçadas em que abatiam porco do mato, paca, anta e passarinhos. As pescarias no Rio Paraná rendiam uma fartura enorme de carne de peixes para toda a família. Acrescentou: “por isso que existiam poucas doenças, os alimentos consumidos eram todos produzidos naturalmente. Ao plantar milho, arroz, feijão, mandioca, verduras, entre outras não se usava fertilizantes químicos e nem herbicidas (venenos) nas lavouras”. De acordo com Agostinho, mesmo sem o uso de produtos químicos na agricultura, as plantações cresciam sadias e com boa produção por alqueire. No início da colonização os agricultores não conheciam a soja, somente a partir da década de1970 iniciou-se a mecanização das terras e o plantio desse cereal. Antes da formação do Lago de Itaipu a produção agrícola era melhor, agora a produção diminuiu muito, destacou Agostinho.
Entretanto, nem tudo eram flores para os migrantes, as dificuldades enfrentadas no início da colonização foram as mais diversas. Relembra Agostinho dos ataques de mosquitos, segundo ele, as orelhas das pessoas ficavam em carne viva de tanto coçarem as picadas dos insetos. Outros problemas que tiveram que enfrentar foram a falta de assistência médica e farmacêutica em Santa Helena Velha. A mesma situação ocorria nas demais cidades que ora iniciavam a colonização na região oeste do Paraná. Vale destacar que as mulheres gestantes tinham seus filhos em casa, com auxílio de parteira (parteira – mulher de coragem que auxiliava voluntariamente a gestante ter sua criança na própria residência). Ainda de acordo com Agostinho Gallo, havia em Santa Helena Velha, uma senhora paraguaia que se destacava na realização de partos. Por falta de atendimento médico na região, Paschoal Gallo se obrigou a levar a esposa Sra. Ângela Batistuta Gallo para tratá-la de uma enfermidade no apêndice em Avaré-SP no ano de 1935. Ângela B. Gallo faleceu decorrente de infecção hospitalar contraída no hospital daquela cidade do interior paulista.
Agostinho afirmava que era uma pessoa de boa saúde, a primeira injeção que recebeu ocorreu quando ingressou no exército brasileiro em Foz do Iguaçu em 1945. Disse que gostaria de ter participado na Segunda Guerra Mundial. Comentou também que energia elétrica na época nem pensar. A geração de luz era por intermédio de vela ou lampião. Quanto à comunicação, se fazia por cartas. Para fazer contatos com os parentes e/ou outros interesses, tinham que deslocar até Foz do Iguaçu. Somente naquela cidade havia correio nos anos 30. Apesar de todos os obstáculos, as terras adquiridas pelos agricultores aos poucos foram sendo desmatadas com o uso de foices, machados, enxadas e facões. Os serviços eram executados manualmente.
Com a facilidade de adquirir áreas agricultáveis, Paschoal Gallo, após alguns anos de trabalho, conseguiu ampliar a propriedade, comprando 50 alqueires de terras. Na medida em que as matas iam sendo derrubadas, as lavouras ampliavam e a produção aumentava.
Foz do Iguaçu era o município que mais comprava os produtos da região. O transporte da produção agrícola como milho, arroz, feijão, batata, banana, abacaxi, salame, queijos, entre outros até o Porto de Santa Helena Velha era nas costas dos próprios agricultores, ou no lombo de cavalos, burros, carroças e carroções. As estradas eram péssimas e esburacadas em meio a barrancos e as condições de acesso ao porto eram também precárias. A comercialização dos produtos ocorria no Porto de Santa Helena Velha através de negociantes, na maioria argentinos. Adquiriam as mercadorias com a finalidade de revendê-las em Foz do Iguaçu e na Argentina. No início da colonização, o navio que passava pelo Porto de Santa Helena Velha era de oito em oito dias. Às vezes esse meio de transporte não parava no Porto, porque estava com lotação máxima, seja de pessoas e ou de produtos vindas de outras regiões do Brasil. Os agricultores que tinham transportado sua produção até o porto para negociá-las, se obrigavam a trazê-las de volta às suas casas, o sacrifício era imenso. Além disso, muitos produtos, por serem perecíveis, estragavam, ocasionando prejuízos financeiros aos agricultores, frisou Agostinho.
Apesar dos desafios encontrados, a comunidade de Santa Helena Velha aos poucos foi crescendo com a chegada de novos moradores, que adquiriam propriedades agrícolas e uns procuravam ajudar aos outros nas suas dificuldades. Lembra Agostinho que naquele tempo as pessoas se relacionavam melhor. Todos os finais de semana acontecia alguma festa na casa dos próprios agricultores. O povo se respeitava muito mais, hoje isso quase não acontece, comentou o entrevistado. Quanto aos afazeres do campo geralmente os trabalhos eram realizados na forma de mutirão (mutirão – reunião de pessoas sem fins lucrativos, normalmente vizinhos que tinham como objetivos comuns cooperar nas melhorias da comunidade, exemplo: abertura de estradas, colheitas, plantio, levantar templos religiosos, entre outros).
Ressalta o pioneiro que no início do povoamento de Santa Helena Velha era melhor de viver, ninguém tinha medo de ninguém. Dizia que seu pai Paschoal Gallo assim pronunciava a eles: “chegará um dia em que os homens teriam medo dos próprios homens”. Os filhos ficavam apavorados. E hoje? É a realidade que vivemos, entendia assim o entrevistado.
Uma família que já havia enfrentado várias dificuldades até então, teve que superar outro problema. Entre 1939 a 1945 o mundo envolveu-se na 2ª Guerra Mundial. O Brasil não ficou imune e participou do conflito ao lado dos EUA. No dia 22 de agosto de 1942 o então Presidente da República do Brasil, Getúlio Dornelles Vargas, declarou através do Decreto-Lei nº 10.508 “estado de beligerância” à Alemanha, Itália e Japão. Logo a seguir, 31 de agosto de 1942 o governo brasileiro formalizou por meio do Decreto-Lei 10.358 estado de guerra para todo o Brasil. A partir desta data qualquer estrangeiro radicado no Brasil daquelas nacionalidades passaram a serem vigiados por serem considerados súditos de seus países de origens. Sendo assim, o Estado Brasileiro os viam como possíveis espiões de suas nacionalidades que poderiam ficar contra o Brasil. Inicia-se uma verdadeira caçada pelo Brasil afora de imigrantes italianos, alemães e japoneses. Se fossem alcançados, os imigrantes dos países citados que residissem na fronteira do Brasil deveriam ser conduzidos ao interior do território nacional pelos agentes de segurança pública e ali permaneceriam sob a vigilância militar. Diante do exposto, Paschoal Gallo, por ser italiano e residente na fronteira com o Paraguai, no mês de março de 1944 foi descoberto e escoltado de Santa Helena Velha pelo comando militar até Foz do Iguaçu, via Rio Paraná. A família ficou desesperada, constrangida e desorientada com esta atitude, relembra Agostinho. Vejamos o que a Constituição de 1937, vigente à época dizia a respeito do assunto: Art. 122 − A Constituição assegura aos brasileiros e estrangeiros residentes no País o direito à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes: 11) à exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar−se senão depois de pronúncia do indiciado, salvo os casos determinados em lei e mediante ordem escrita da autoridade competente. Ninguém poderá ser conservado em prisão sem culpa formada, senão pela autoridade competente, em virtude de lei e na forma por ela regulada; a instrução criminal será contraditória, asseguradas antes e depois da formação da culpa as necessárias garantias de defesa. Relembra Agostinho Gallo que a única ligação que seu pai tinha era com o trabalho na lavoura e a preocupação no cuidado da família. Foi um espanto a prisão de Paschoal para ele próprio e família. Desconheciam a existência de qualquer decreto presidencial impondo a extradição de italianos para outra região do Brasil fora da fronteira. Acrescentou Agostinho, numa época de difícil comunicação, se tornava quase impossível sabermos da maioria dos fatos que aconteciam no país, referenciou. Pergunta que se faz em tal situação. Que perigo poderia representar o Sr. Paschoal Gallo ao Estado Brasileiro? O que não é capaz de fazer contra as pessoas de bem um Estado autoritário, fascista? Neste caso, Paschoal Gallo sofreu diversas humilhações porque era italiano. Escolheu o Brasil para morar, acreditando na seriedade de seus governantes. Neste caso, simplesmente por que o Brasil declarou guerra à Itália. A serviço de quem o Estado Brasileiro tomou tal atitude? Grifo nosso.
Segundo Agostinho, após o falecimento de sua mãe Ângela, seu pai Paschoal casou-se pela segunda vez, agora com a viúva Sra. Judite Noro de nacionalidade brasileira. Somando os filhos do novo casal perfazia 17 pessoas. Com a extradição de Paschoal Gallo (1944) para o município paranaense de Manoel Ribas (centro do Paraná) a madrasta de Agostinho, Sra. Judite Noro teve a responsabilidade de cuidar desta família ampliada. Por outro lado, para sobreviver em Manoel Ribas, Paschoal Gallo alimentava-se basicamente de pinhão e abóbora, conforme disse ele as seus familiares ao retornar a Santa Helena Velha, após o término da Segunda Guerra Mundial, no mês de maio de 1945.
Durante os 14 meses que residiu no município de Manoel Ribas, Paschoal Gallo ficou proibido de manter qualquer contato com o seus familiares em Santa Helena Velha, por ordem do comando militar. Durante o espaço de tempo que esteve em Manoel Ribas, conseguiu juntar um pouco de dinheiro e adquiriu uma chácara naquela localidade com o objetivo de buscar a família. E assim o fez, pediu autorização ao comando militar que concedeu prévia licença e no prazo de 15 dias deveria retornar a Manoel Ribas, sob a ameaça de ir preso se desrespeitasse a ordem. Ao chegar a Santa Helena Velha foi uma alegria imensa a todos da família ao ver o pai e esposo voltar para a casa. Eles acreditavam que Paschoal Gallo já estava morto. Os familiares ficaram apreensivos e tristes quando ele disse que retornou a Santa Helena Velha para levá-los a Manoel Ribas. Continuou Augustinho comentado a respeito deste episódio, foi quando falaram a Paschoal Gallo que a Guerra havia terminado e assim não seria necessário retornar a Manoel Ribas. Paschoal Gallo entrou em contato com o comando militar de Foz do Iguaçu e estes confirmaram a veracidade da informação. E assim Paschoal Gallo pode finalmente continuar trabalhando em prol da família e da comunidade.
Dando prosseguimento a sua história, Agostinho relembrou aspectos religiosos que presenciou em Santa Helena Velha, ao dizer que a maioria dos agricultores que aportavam naquela localidade seguiam o catolicismo, inclusive a própria família Gallo. Era tradição dos italianos e descendentes professar a fé católica. No dizer de Agostinho, o padre era uma pessoa que se conhecia de longe, costumeiramente usava um vestuário comprido que cobria até os pés, o que facilitava sua identificação. Quanto aos estudos, quem ensinava as crianças a ler, escrever e fazer cálculos eram os agricultores que detinham conhecimentos básicos de português e matemática. Improvisava-se a escola na residência de um agricultor e ou em um galpão destes. Neste contexto de educação, Agostinho frequentou, porém não concluiu o antigo primário.
Além de agricultor, Agostinho prestou serviço durante oito anos como exportador de madeiras para o Paraguai e Argentina em uma das serrarias das Obrages que havia na localidade de Santa Helena Velha (Obrages era a forma de exploração de empresas na sua maioria Argentina que extraia madeira e erva-mate no oeste do Paraná entre meados do século XIX e início do século XX. O trabalho de extração das riquezas vegetais era realizado na sua maioria por trabalhadores paraguaios e argentinos, chamados de menus “mensalistas”). Com o dinheiro que recebia das negociações de madeiras procurava auxiliar nas despesas da casa, sentia-se feliz disso.
Contou também que às vezes seu “sapato” para ir aos bailes era um par de chuteiras e que as festas chegavam a durar até dois dias. Os divertimentos eram motivo de muita alegria, entretanto os organizadores da festividade exigiam respeito dos participantes no transcorrer do evento. Durante uma festa, ao aproximar-se de uma moça para dar-lhe um beijo, flagraram sua atitude e os responsáveis do encontro festivo o expulsaram do ambiente. Naquela época se uma moça ficasse grávida antes do casamento a comunidade inteira ficava sabendo do acontecido. Era desonroso esse tipo de situação para a própria moça e à sua família.
Agostinho ainda moço, almejava formar uma família, entretanto antes de casar preocupou-se na aquisição de uma propriedade agrícola, para que proporcionasse certa segurança econômica a ele e aos seus futuros filhos e esposa. Obstinado no seu objetivo, conseguiu adquirir 22,5 alqueires de terra em Santa Helena Velha (um alqueire paulista – corresponde a 24.200 metros quadrados de terra). Enfatizou que se comprava no passado uma colônia de terra (colônia – correspondia a dez alqueires de terra) dando em troca uma boa junta de bois. No decorrer dos anos Agostinho conseguiu comprar mais terras naquela localidade, totalizando 100 alqueires, assim relatou ele. Ressaltou Agostinho que a esposa Sr.ª Sibila o ajudou e muito nas lidas do campo, auxiliando na derrubada de mato, limpar os inços das lavouras, ordenhar as vacas leiteiras, tratar os porcos e além disso cuidar dos filhos e demais afazeres do lar.
Os cem alqueires de terras da família de Agostinho margeavam o Rio Paraná, em razão disso no ano 1982, daquele total, 22 alqueires foi indenizado pela Itaipu para a formação do reservatório de Itaipu e reserva ambiental. Na visão de Agostinho, a formação do Lago de Itaipu fez quase desaparecer os peixes que havia em grandes quantidades no outrora Rio Paraná. Relembrou-o ao dizer que a vida antes da formação do lago era muito melhor, não era tão quente e não tinha mais tantos insetos.
Também comentou a respeito da passagem da Coluna Prestes (Abril/1925) em Santa Helena Velha, ao ouvir relatos das pessoas que ali já residiam quando da passagem do movimento revolucionário naquela localidade. Para os agricultores, aquele movimento foi um verdadeiro terror no qual os soldados rebelados matavam porcos, gados, aves, com a finalidade de abastecer e alimentar as tropas, porém não pagavam os proprietários e, além disso, deveriam ficar quietos, calados.
Ao encerrar a entrevista, finalizou dizendo que sua vida foi sofrida no passado, mesmo assim sentia saudades dos tempos antigos, onde seu perfume preferido era as folhas de manjericão, os bailes e as divertidas festas que acontecia na localidade, relembrou Agostinho.
Agostinho Gallo deixou a seguinte frase para reflexão: “Uma sociedade justa se constrói através do trabalho, união e oportunidade iguais a todos”.
Agostinho faleceu no dia 29 de setembro de 2011. Sibila Gallo também é falecida e ambos foram enterrados em Santa Helena Velha.
Resgatei esta entrevista de meus arquivos pessoais com objetivo de publicá-la nas mídias locais como forma de valorizar mais uma família pela participação efetiva na história da colonização de Santa Helena.
Agradeço a família Gallo, aqui representada pelo Sr. Dorvalino Gallo em permitir à publicação nas mídias eletrônicas de Santa Helena a referida entrevista.
Professor João Rosa Correia História.
25 de novembro de 2014.
Agostinho em vez de AugustinhoFoto abaixo, alunos visitando o local da antiga Ponte Queimada. ano 1999
Outro meio de transporte muito usado na época da colonização de SH
Prospecto de uma serraria em Santa Helena no início da colonização
Trabalhadores de uma serraria em Santa Helena. Início da colonização
Colhedeiras de cereais e carroções como meio de transporte no passado
Até a década de 1970 a colhedeira que aparece na foto era muito usado pelos agricultores de nossa região
Foto 01 Rio Paraná. Grupos de pessoas refrescando na barranca do Rio. Foto 02 pessoas passeando de canoa no Rio São Francisco. Década de 1950
Registro das festas que aconteciam em SH no início da colonização