Contando Histórias
23.02.2015
Entrevista com José Carvalho da Silva
Professor de História João Rosa Correia do CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos e Escola Estadual Graciliano Ramos – Ensino Fundamental - Séries Finais, entrevistou o Sr. José Carvalho da Silva, uns dos 16 filhos da primeira família a fixar residência na cidade de Santa Helena – Paraná, no ano de 1957.
Na quarta-feira, 17 de setembro de 2014, o professor de História João Rosa Correia, entrevistou o Sr. José Carvalho da Silva, popularmente conhecido como José Português, um dos filhos de Marino Carvalho da Silva. Eles foram a primeira família a fixar residência na sede do município de Santa Helena. A entrevista ocorreu na casa do entrevistado, localizada na esquina da Rua Pará com a Rua Ipê sob o nº 560 do Jardim Acácio - Bairro São Luiz. Inicialmente relatou os nomes de seus pais e a trajetória histórica dos mesmos: Marino Carvalho da Silva nasceu no município de Severiano Almeida no ano de 1914, o seu grau de escolaridade foi o antigo primário completo e sua mãe, Maria de Jesus da Silva no município de Lagoa Vermelha no ano de 1915. Analfabeta. Ambos do Rio Grande do Sul, de origem portuguesa, em razão disso, ficaram conhecidos como a família do português. Quando jovem, os pais de Marino fixaram residência no município de Erechim - RS, trabalhando na agricultura, e neste município Marino casou-se com a Sra. Maria. Desta união, tiveram 16 filhos, onze nasceram entre os municípios de Erechim - RS e Concórdia – SC e cinco filhos em Santa Helena. Naquele município, Marino conheceu João Marcelino Madalazzo, proprietário da Imobiliária Agrícola Madalozzo, empresa responsável pela colonização de Santa Helena. Antes de vir para Santa Helena, Marino e família residiam no município de Concórdia - SC. Ao saber que João Madalozzo adquiriu uma área de terra (1952) no oeste paranaense com o objetivo de formar uma cidade, Marino resolveu vir conhecer a região em razão do laço de amizade que tinha com João M. Madalozzo.
Marino rumou sozinho a Santa Helena, no ano de 1956, ao chegar no município, adquiriu da Empresa Agrícola Madalozzo a metade da quadra (lotes urbanos) onde estão instaladas a Rádio Grande Lago, Escritório Dimensão, Banco do Brasil e demais empreendimentos. Também negociou alguns lotes, no Bairro Vila Rica, próximos da nascente do rio, que recebeu o nome de Rio Santa Helena. Mais tarde com o povoamento do bairro e sem a preocupação na preservação do rio pela população e poder público, o mesmo sofreu sérios danos ambientais, pelo qual passou a ser chamado de “Rio Bostinha”, comentou José Carvalho.
Por que o nome de Vila Rica? Por ter sido no passado, um local riquíssimo de água. Foi neste lugar que a empresa Madalozzo construiu quatro casas de madeiras para abrigar duas famílias dê uma só vez em cada uma das residências (divididas por paredes), desde que adquirissem propriedades da referida empresa até que conseguissem construir as moradias na própria propriedade, seja na área urbana ou rural. Obs. As casas mediam 7x9 = 63 m². Com a rápida negociação das terras em Santa Helena, a Madalozzo se obrigou a construir um barracão de 8x20 = 160 m², com o mesmo objetivo, abrigar as famílias que compravam as terras da empresa. Neste barracão cabia de uma só vez quatro famílias, a Madalozzo permitia que as famílias ficassem no máximo três meses residindo nas casas cedidas pela empresa. As águas límpidas e cristalinas do outrora Rio Santa Helena além de abastecer com água potável as famílias que aqui chegavam, fornecia água aos animais domésticos, como: aves, cachorros, porcos, cavalos, bois de canga e vacas leiteiras. Estes animais vinham nas mudanças dos primeiros moradores que aportavam em Santa Helena. Portanto, o marco inicial do povoamento do município iniciou-se no atual Bairro Vila Rica, diz o entrevistado.
Ainda de acordo com José Carvalho, seu pai (Marino Carvalho da Silva), adquiriu uma chácara de dois alqueires e meio da Empresa Agrícola Madalozzo, que corresponde atualmente à entrada do portal do TIM (Trabalho Integrado de Menores) defronte da Avenida São Paulo e reserva ambiental de Itaipu, até o loteamento do Nelson Vazatta. Adquiriram posteriormente outras duas chácaras. Uma corresponde na atualidade o loteamento Vila Cristo Rei e por último em Sub Sede (descendo reto na rua da rodoviária daquele distrito. Ambas de um alqueire). Destacou também José Carvalho, ao dizer que as pessoas ao interessar-se na compra das propriedades da Imobiliária Agrícola Madalozzo, a empresa exigia-se uma pequena entrada como parte de pagamento do bem adquirido e parcelava o restante da dívida por meio de notas promissórias e o adquirente saldava o compromisso na medida em que poderia pagá-lo, relembra José.
Após negociar terrenos e chácaras com a Madalozzo, Marino Carvalho construiu uma casa de madeira no local em que está o atual escritório de Contabilidade Dimensão. Isto feito, Marino retorna a Concórdia para buscar a família, o que aconteceu no dia 20 de junho de 1957, aonde veio por Foz do Iguaçu. José Carvalho ressaltou que a estrada de ligação entre Foz do Iguaçu passando por Santa Helena até Guaíra, era usada também ao transporte de boiadas vindas de Mato Grosso. O gado bovino servia para abastecer de carne os soldados do Batalhão do Exército Brasileiro de Foz do Iguaçu e a população daquele município. Estrada esburacada, lamacenta e com as constantes boiadas que transitavam, tornava-se complicado viajar nas condições acima relatadas. Dentre estes desafios, ocorriam outros.
José Carvalho recorda que entre os anos de 1957 a 1959 sua família alimentou-se basicamente de peixes e carnes de caças que havia em grande quantidade nos rios e florestas de Santa Helena e região. Inclusive o Bar Colonial na entrada de Santa Helena via Medianeira, popularmente conhecido pelos santa-helenenses, Toca da Onça, onde nas proximidades deste comércio está localizada a nascente do Rio Santa Helena. No início da colonização, neste local os animais silvestres procuravam água para saciar a sede, mas por outro lado, atraídos pelas cevas (ceva – armadilha em que os agricultores/caçadores colocavam milho verde/seco, como atrativos dos animais) tornando-os presa fácil de serem capturados e/ou para abatê-los. Relembra José que seu pai, Marino Carvalho executou muitos animais silvestres neste local. Daí, Toca da Onça. Abatiam: Anta, veados, quatis, capivara, entre outros animais, afirma José Carvalho.
Paralelamente às caçadas e pescarias, Marino ia derrubando a vegetação de sua chácara com auxílio dos filhos e da esposa Maria. Ela, além de cuidar dos afazeres do lar, auxiliava a família na ordenha das vacas, no trato dos porcos e aves. Por não haver facilidade de água na casa que construiu no centro de Santa Helena, Marino construiu outra moradia num dos lotes da Vila Rica, próxima a nascente do Rio Santa Helena e para lá transferiu residência. Logo após mudar para a Vila Rica, ele vendeu os terrenos na área central de Santa Helena e adquiriu mais meio alqueire de terra junto à área que já possuía próximo ao TIM, totalizando assim, três alqueires em terra contínua.
Outro fato que chama atenção, relatado por José Carvalho, é que no atual Bairro Vila Rica morava um grupo de índios guaranis. Estes povos produziam e vendiam seus artesanatos aos santa-helenenses que aqui residiam. Muitos destes indígenas eram contratados para trabalhar como mensalista e diarista na Empresa Agrícola Madalozzo, eles executavam serviços de derrubadas das matas, arrancavam os troncos das árvores e na limpeza das estacas que delimitava os lotes urbanos e rurais da Imobiliária Madalozzo.
Na medida em que avançava a colonização de Santa Helena, os índios guaranis foram aos poucos perdendo espaço, o que dificultava a sobrevivência nesta sociedade, sem contar com a deterioração de sua identidade, o que ocasionou o abandono do Bairro e por conta disso dispersaram pela região oeste do Paraná e Paraguai, ressalta José Carvalho. Vale destacar, que o Agrimensor Theimer de Erechim - RS, contratado pela Imobiliária Madalozzo, foi o responsável técnico pela medição e demarcação das terras da empresa que colonizou Santa Helena. Além dos trabalhadores indígenas, a empresa contratou para trabalhar na companhia as seguintes pessoas: Germano Rabaioli (atual proprietário do Posto Ipiranga – Centro de Santa Helena), Armando Cattani e mais tarde Laurindo Rabaioli, que na época eram pessoas muito jovens. Os serviços por eles prestados eram os mesmos dos índios, inclusive Marino chegou a prestar serviços a Madalozzo na condição de chefe dos trabalhadores da empresa e, por ser carpinteiro ele construiu várias casas às famílias que aqui chegavam, rememora José Carvalho.
O intenso fluxo migratório de pessoas que vinham para Santa Helena no final da década de 1950 e início da década de 1960 possibilitou às lideranças da época pleitear o desmembramento de Foz do Iguaçu. O que veio ocorrer no dia 20 de junho de 1962 sob a Lei nº 026/62. A partir desse momento, Santa Helena tornou-se Distrito Administrativo de Medianeira, o que permitiu legalmente o então prefeito de Medianeira, Ângelo Darol, conceder a Santa Helena um trator de esteira facilitando assim, os trabalhos de abertura de estradas rurais e das ruas, tanto em Santa Helena, quanto de Sub-Sede (Vilarejo de domínio da Madalozzo).
Na chácara de Marino, a família cuidava de chiqueirão de porcos, cavalos, junta de boi (“trator” dos agricultores), plantava arroz, milho, feijão e cana-de-açúcar. No início da colonização de Santa Helena, a produção agrícola era negociada com compradores de outros municípios, principalmente de Foz do Iguaçu. Antes do surgimento do comércio em Santa Helena, a família de Marino Carvalho e demais moradores, recorriam ao comércio do Sr. Mário Noro, localizado em Santa Helena Velha (onze quilômetros de distância – antes da formação do Lago de Itaipu (1982)) para comprar sal, farinha de trigo, ferramentas agrícolas, entre outros produtos.
Outro problema enfrentado pelos agricultores no início da colonização tratava-se da falta de assistência médica e farmacêutica. Ao necessitar de remédios, recorriam às ervas medicinais ofertadas pelos índios guaranis que aqui viviam e pelo qual possuíam vasto conhecimento neste ramo. Entretanto quando as ervas medicinais não curava a enfermidade apresentada, os moradores de Santa Helena se obrigavam a deslocar-se de cavalo até São Miguel do Iguaçu e/ou Foz do Iguaçu, para comprar remédios químicos ou mesmo quando necessitava de internamento hospitalar. Para ter uma noção, entre 1957 a 1960 não havia estrada interligando Santa Helena a Medianeira, o que dificultava ainda mais a vida dos santa-helenenses nos primórdios da colonização. As dificuldades eram constantes na vida dos moradores. A estrada entre Santa Helena/Sub Sede era de difícil acesso (como se fosse uma picada aberta na imensidão da floresta). Mais um desafio, a travessia do Rio São Francisco Falso se fazia por intermédio de uma balsa e que esta foi construída por Marino Carvalho da Silva e Jandir Piloto, contratados pela Imobiliária Agrícola Madalozzo para executar mais este serviço.
A partir dos primeiros anos da década de 1960, começa a surgir alguns comércios de compra e vendas de cereais e de utilidades domésticas, na sede do município, eram: Comercial Alegrete (Avenida Brasil); Arno Nagel (ao lado do atual Supermercado Santa Helena. A casa comercial de Nagel recentemente foi desmanchada pela família Gasparin, atual proprietário); Panazzolo (onde hoje encontra o Banco Sicoob), atualmente a construção pertence à família Bianchet.
Marino Carvalho da Silva faleceu no dia 20 de junho de 1998. Coincidentemente no mesmo dia e mês que a família fixou residência em Santa Helena. Sua esposa Sra. Maria de Jesus da Silva veio falecer no dia 18 de abril de 2000, ambos em Santa Helena e sepultados no cemitério municipal. Quando faleceram estavam residindo próximo à quadra conhecida como Parque das Laranjeiras, entre a Avenida Rio Grande do Sul, Rua Goiás e Rua Belo Horizonte, área central de Santa Helena.
No ano de 1999, o Advogado Nelson D`Angele de Santa Helena foi designado pelo prefeito Silom Schmidt que organizasse uma comissão com a finalidade de elaborar um projeto de lei que viesse homenagear Marino Carvalho por ter sido o primeiro chefe de família a morar em Santa Helena. Para, além disso, as pessoas que o conhecia consideravam muito, por ser prestativo com os necessitados que aqui aportava, como exemplo, emprestava vaca de leite, porca criadeira, alimentos e dinheiro, até que a pessoa se equilibrasse financeiramente. Por isso, tinham em Marino Carvalho da Silva um companheiro e amigo solidário com as dificuldades de pessoas que acabara de conhecer. Marino também colaborou em eventos de interesses sociais, auxiliou na fundação do Clube União e Clube Incas. O lazer que ele mais apreciava era o jogo de bocha e de tiro ao alvo e a esposa Maria, participava do clube de damas.
Enviado o projeto de lei à Câmara de Vereadores, aprovado pelos edis e sancionado pelo prefeito Silom Schmidt, que homenageou o Terminal Rodoviário de Santa Helena com o nome de Marino Carvalho da Silva. No dizer do então prefeito Silom, “Marino sendo o primeiro agricultor a fixar residência na sede do município, presenciou a vinda de muitas outras famílias a esta localidade. Por outro lado, viu partes do território santa-helenense desaparecer submersas pelo Lago de Itaipu (out. 1982) e por isso observou a saída forçada de um bom número de pessoas deste lugar que auxiliou na construção.” Finalizou Silom: “nada mais oportuno e justo esta homenagem”. E, ao relembrar a homenagem concedida ao seu pai, José também se diz feliz pelas homenagens que receberam de outras pessoas pelos serviços que prestaram à coletividade santa-helenense no início da colonização. Acrescentou os homenageados que eram amigos e compadres de Marino Carvalho, são eles: Ângelo Cattani – o Clube União recebe seu nome e a antiga Rua Guanabara passou a se chamar Rua Ângelo Cattani; Orlando Weber foi homenageado emprestando o nome, Praça Central Orlando Weber (primeiro vice-prefeito de Santa Helena, 1967). Praça em que está a Usina do Conhecimento e Painel Histórico de Santa Helena; Antônio Thomé, agraciado com antiga Praça Central José de Anchieta, passou a se chamar Praça Central Antônio Thomé (defronte da Matriz da Igreja Católica de Santa Helena).
Vejamos também a história de José Carvalho da Silva. Quando sua família instalou-se em Santa Helena (1957), o mesmo estava com seis anos de idade. Nasceu em Erechim – RS, no dia 22 de novembro de 1951. Desde tenra idade, José ajudava os familiares nos trabalhos do campo. Por não haver escola na cidade que ora iniciava, os responsáveis pela Capela Católica (construída no ano de 1957 na atual Praça Antônio Thomé e destruída por um vendaval no ano de 1964) dispuseram aquele local para que as crianças pudessem frequentar as aulas. Logo na sequência a Madalozzo construiu uma “escola” onde hoje concentra as instalações da Receita Federal na Avenida Brasil de Santa Helena, em que o terreno era de propriedade de Luiz Eggers. Este cidadão tornou-se o primeiro subprefeito nomeado a administrar Santa Helena quando a cidade passou a ser distrito de Medianeira em 1962. Pelos serviços prestados por Luis Eggers à coletividade santa-helenense, lideranças locais homenagearam com seu nome o Ginásio de Esportes do Bairro São Luiz na década de 2000. Obs.: Os vândalos ou ladrões furtaram a placa de bronze em que estava gravado o nome de Luis Eggers.
Ao continuar relatando sua história, José Carvalho disse que, nas improvisadas escolas mencionadas acima, conseguiu estudar do primeiro ao quinto ano (1958 a1962). A turma de estudantes da primeira série (1958) era formada por 18 colegas. Lembrou-se o nome de 14 estudantes, que eram da família Thomé: Geraldo Thomé, Augustinho Thomé, Geninho Thomé, Mário Thomé; família Carvalho da Silva: Setembrino Carvalho da Silva, Ari Carvalho da Silva, Irineu Carvalho da Silva, Ermínio Carvalho da Silva e José Carvalho da Silva (entrevistado); família Thomas: Rudi Thomas e Lucia Thomas; família Silva: Antônio Silva e Lucia Silva; família Lago: Valdir Lago. Os seus professores foram: Luiz de Bona (primeiro professor de Santa Helena – contratado pela Imobiliária Agrícola Madalozzo) e Geni Bortolini. Citou também, que a primeira diretora de Escola Municipal de Santa Helena foi a Sra. Izelda Alegrete e a segunda diretora Sra. Maria Weissheimer (esposa do primeiro prefeito de Santa Helena, Arnaldo Weissheimer). Os estudantes ao completar o 5º Ano, estavam diante de um impasse, parar de estudar ou deslocar a outros municípios que dispusessem de outros níveis de ensino, pois Santa Helena dispunha de ensino até aquele grau de conhecimento. Sendo assim, se os pais desejassem dar continuidade de estudos aos seus filhos, seria necessário transferi-lo a outra cidade.
O ensino/aprendizagem era através do sistema de sala multiseriada (multiseriada - o professor (a) administra os conteúdos das quatro séries em uma mesma sala de aula). Em razão das dificuldades que se tinha na época para prosseguir os estudos, José Carvalho continuou trabalhando na lavoura com seus pais. No entanto ao surgir as primeiras casas de alvenaria em Santa Helena, José Carvalho resolveu trabalhar no ramo da construção civil, e aprendeu a profissão de pedreiro. Sentindo-se seguro com a nova profissão, em 1970 mudou-se para Curitiba, e lá passou a prestar serviço de pedreiro na construção da subestação da COPEL (Companhia de Energia Elétrica do Paraná) na capital paranaense. Na capital do Estado do Paraná (Curitiba) casou-se com Anadir Espírito Santo da Silva no ano de 1971, desta união nasceram quadro filhos, chamados por: Mauro Carvalho da Silva, Maurício Carvalho da Silva, Adriano Carvalho da Silva, Daniel Carvalho da Silva e uma filha: Claudenise Carvalho da Silva. De 1970 a 1974, trabalhou além de Curitiba, nos municípios de Dois Vizinhos (Sudoeste do Paraná) e Cascavel, sempre executando trabalhos para a COPEL na construção das subestações da companhia de energia elétrica das referidas cidades.
Ainda no ano de 1974 retorna a Santa Helena dando continuidade nos trabalhos de construção civil. No município santa-helenense reformou e construiu várias residências, trabalhou na construção da Igreja Matriz Santo Antônio e Igreja São Francisco de Assis da Linha Vera Cruz de Santa Helena. Prestou serviço temporário de pedreiro no Estado de Mato Grosso, sempre trabalhando por conta própria. Ao sair para trabalhar em outras regiões a família de José Carvalho permanecia residindo em Santa Helena. Em São Miguel do Iguaçu coordenou as construções da Igreja Católica da Comunidade de Santa Rosa do Ocuí e Igreja Católica da referida cidade. Entre 2001 a 2012 José Carvalho trabalhou na prefeitura de Santa Helena na gestão dos prefeitos: Giovani (Gico) Maffini, Silom Schmidt e Rita Schmidt (empresa terceirizada) nos reparos das construções pertencentes à municipalidade. Relatou também, que a primeira serraria instalada na sede do município - Bairro Vila Rica - pertencia a Seno Dilemburguer, que trouxe de Erechim dois técnicos para colocar em funcionamento a Serraria, são eles: Orlando Flex e Egon Flex, este último posteriormente passou a exercer a profissão de fotógrafo nesta localidade e que ambos os irmãos continuam morando na sede do município de Santa Helena. A serraria funcionava no local em que está instalada a academia ao ar livre daquele bairro (pertence à prefeitura municipal) e que José Marino ajudou montá-la quando estava prestando serviço à municipalidade.
Ainda trabalhando pela prefeitura de Santa Helena, José Carvalho foi solicitado pela comunidade do Bairro São Luiz e Bairro Vila Rica de Santa Helena para comandar as construções de duas igrejas católicas das referidas localidades. Foram atendidas pela prefeitura municipal de Santa Helena (gestão de Silom Schmidt) que liberou José Carvalho da Silva de seus serviços à municipalidade. Com isso passou a prestar os seus conhecimentos como mestre de obra, na construção da Capela Nossa Senhora do Bairro Vila Rica e da Capela São Luiz Gonzaga do Bairro São Luiz. Aos 63 anos de idade, ainda não conseguiu aposentar-se. José Carvalho da Silva continua trabalhando ativamente na construção civil. Atualmente está construindo uma residência na Avenida Paraná próxima ao hospital do Dr. Maeda em Santa Helena, para o Sr. Sadi Ferronato e paralelamente a este trabalho está reformando sua residência na Rua Pará.
Mensagem do Sr. José Carvalho da Silva:
“Agradeço a Deus pela vida e a oportunidade de vir ainda criança para Santa Helena e aqui me criar. Cidade que sempre gostei e gosto muito. Que todos os santa-helenenses ajudem a preservar a memória histórica deste município e que a história não tem fim. Sempre continuará existindo”.
“Agradeço ao Senhor José Carvalho da Silva pela entrevista. Com sua dedicação e trabalho ajudou a construir Santa Helena. Pessoa de uma excelente memória e de fácil comunicação, que consegue assim, relembrar e expor detalhadamente os fatos de sua trajetória histórica e de seus familiares, bem como aspectos importantes da história do município. Acreditamos que seus relatos servirão como instrumentos de melhor compreensão do início da ocupação do território que compõem o município santa-helenense. Ao registrar a história das pessoas que presenciaram o desenrolar das atividades desenvolvidas em uma comunidade, além de preservar a memória histórica destes, é também, prestar reconhecimento pelas realizações que fizeram em prol da coletividade.” Prof. João Rosa Correia.
Casas da Im. Madalozzo, serviam de alojamento às pessoas que adquirissem terras da empresa. 1957. Bairro V. Rica - Santa Helena. A primeira casa da direita da foto pertencia a Marino Carvalho da Silva.Balsa construída por Marino Carvalho da Silva e Jandir Piloto. Final da década de 1950. Servia de ligação entre a cidade de Sta Helena e o atual distrito de SubSede. Ônibus Exp. Maringá.
Vista parcial da entrada de Sub Sede. Via S. Clemente. O atual distrito de S. Sede fazia parte das terras da E. C. Agrícola Madalozzo.
Balsa que servia de ligação entre Santa Helena e Sub Sede. Rio S. Francisco. Construída por Marino Carvalho da Silva e Piloto.
Vista parcial da entrada de Sub Sede. Via S.Helena. Obs. O atual distrito de S. Sede fazia parte das terras da Empresa de Colonização Agrícola Madalozzo.
Caçada, Marino é o 1º da esquerda. Pescaria, Marino aparece de croque. Pescavam -jaú, surubim, dourados, piraparas, outros.
As gigantes madeiras que havia no início da colonização de Santa Helena e região. E como era extraída a vegetação que existia no passado.
O caminhão que aparece na foto pertenceu a Alfredo Becker da Serraria Becker. Este caminhão (fabricação 1957) está no pátio da Serraria no Bairro Vila Rica - Santa Helena.
Exuberante vegetação que havia em Santa Helena e região. A madeira sobre o caminhão foi extraída de Santa Helena. Década de 1960.
Caminhão Mercedes, Ano 1957. Adquirido por Alfredo Becker em 1972. Esteve em atividade até 2004. Caminhão da foto 04. Encontra encostado no pátio da Serraria Becker V. Rica - Santa Helena.
Como eram os galpões dos agricultores no início da colonização de Santa Helena. Ainda encontramos alguns por aí em ruínas.
O Rio Santa Helena que abasteceu de água potável os primeiros moradores de SH, nascia próximo às árvores que aparece na foto. Entrada de SH. Local conhecido como Toca da Onça.
Vista parcial da entrada de Sub Sede. Via S.Helena.
Metade da quadra em que está o Banco do Brasil, Rádio Grande Lago de SH pertenceu na década de 1960 a Marino Carvalho da Silva. (Foto 17 Fev. 2015).
Bar Colonial, conhecido por Toca da Onça. Instalado na entrada de SH, via Medianeira. No passado ponto de ceva para abater animais silvestres. Ao lado deste comércio nascia o Rio S. Helena.
Primeira Casa Comercial família Alegrete. Construída em meados da década de 1960. Continua em pé (ruínas) foto ano 2014.
Prof. João e Mário Noro - morador de Sta Helena Velha a 84 anos. Na década 1950-60 possuía um comércio naquela localidade. Moradores da Sede (SH) comprava produtos no seu armazém. F. 2014.
A casa comercial de Arno Nagel é a do lado direito da foto (meio). Desmanchada em 2014 pelos atuais proprietários do Sup. S H. Nagel além de comerciante, foi também professor SH.
O que restou do Clube União. Outrora animou inúmeras festas aos santahelenenses e pessoas de outras regiões. Foto de Dez. 2014.
Marino Carvalho da Silva e Esposa Maria de Jesus da Silva comemorando Bodas de Ouro. Ladeados pelos netos e bisnetos. Local - Clube Uinão. Ano 1988.
Roda d`água que existia na propr. de Marino Carvalho da Silva. Local - logo abaixo da Avenida São Paulo. Após atravessar a Rua Ângelo Cattani. Década de 1960. Hoje está no Museu de Foz.
Prefeito Silom falando aos familiares de Marino Carvalho da Silva sobre a homenagem concedida ao pioneiro. Local - Terminal Rodoviário de SH que recebeu seu nome.
O então vice-prefeito Altair discorrendo aos familiares de Marino Carvalho da Silvaa respeito da homenagem prestada ao pioneiro. Década de 2000. Local - Rodoviária SH.
Marino C. da Silva presenciou a chegada de muitas famílias a Sta Helena nas décadas de 1950, 60 e 70. No entanto viu inúmeras outras deixarem SH imposta pela formação do Lago de Itaipu (1982).
Busto que homenageia Marino Carvalho da Silva. Local - Terminal Rodoviário de SH. Esquerda para direita Tereza C. Silva, Ari C. Silva, Ezídio C. Silva, Jose C. Silva e Valdemar Aldiberti.
Busto de Marino Carvalho da Silva. Local - Terminal Rodoviário de Santa Helena.
Busto em Homenagem a Marino Carvalho da Silva. Instalado na entrada do terminal rodoviário de SH.
Terminal Rodoviário Marino Carvalho da Silva. SH Paraná. Foto Fevereiro de 2015.
Lado esquerdo da foto Hotel e rodoviária. Local de chegada de inúmeros moradores de SH. Lado direito atual rodoviária de SH. Recebe o nome de Marino Carvalho da Silva.
Placa que homenageia Marino Carvalho da Silva. Descerando a placa José Carvalho da Silva, Silom, Tereza Carvalho da Silva.
Igreja Católica que serviu de Escola. Estava instalada onde atualmente está o centro de informações na Praça Central Antônio Thomé SH.
Placa em homenagem a Marino Carvalho da Silva. Fixada no interior da rodoviária de SH.
1ª Igreja Católica de SH. Local Praça Antônio Thomé. Destruída por um vendaval em 1964. Serviu de escola. Local que José Carvalho da Silva estudou a 1ª Série em 1958.
Praça Central Antônio Thomé de SH. Local que foi construída a primeira Igreja Católica da cidade. Foto (imagem) 20 e 21.
Em pé Arnaldo Weisheimer (calça preta prefeito) e Orlando Weber (camisa branca vice-prefeito). Respectivas esposas - Maria Weisheimer - 2ª diretora mun. de SH e também professora -1967
Primeira turma de estudantes da Sede do Município de SH. Dez. 1958. Professor Luis de Bona ao fundo. José Carvalho da Silva é o que aparece na primeira carteira e no meio.
Esta praça serviu como campo de futebol no final da década de 1950 e início da década de 1960. Atualmente concentra a Usina do Conhecimento e Painel Histórico de Santa Helena.
Primeira patrola adquirida pelo mun. de SH quando de sua emancipação política-administrativa (1967). A peça que aparece na foto encontra-se defronte do plantio de eucalípio da Lar SH.
Primeiro trator de esteira adquirido pela prefeitura municipal de SH quando da emancipação política administrativa em 1967.
Filhos de José Carvalho da Silva sobre o boi - maior Adriano Carvalho da Silva e o menor Daniel Carvalho da Silva (atualmente funcionário da Rádio G. Lago SH).
José C. da Silva e o então pres. da Câmara de Vereadores SH Jucerlei Sotoriva. Lançamento da pedra fundamental da Empresa de Alimentos Santo Gema (bolacheira). Prefeito Gico Mafinni.
Bloco de Carnaval Coroas Trapalhões anos de 1980. Local Clube Inião SH. José Carvalho da Silva e esposa participava do mesmo.
Festa de casamento de Luis C. Kozerski e Noeli Bonfanti. Local Clube União. José C. da Silva é o de camisa vermelha saboreando uma cerveja e José A. Kozerski de calça azul. Década de 1980.
José Carvalho da Silva e seu violão. Ao lado o cunhado Dirceu residente em curitiba (passeio). Local - Mutirão 1 SH.
Monumento a Árvore - José Carvalho da Silva foi o responsável na escolha das mesmas.
Início da coleta seletiva e reciclagem de lixo em SH. A reciclagem era realizada na casa que aparece ao fundo . Local que está atualmente a Usina de Reciclagem de Lixo.
Igreja Matriz Católica de Santa Helena. Construída em 1982. José Carvalho da Silva auxiliou na construção como pedreiro.
José Carvalho da Silva operando o 1º trator de atendimento a Usina de Reciclagem do Lixo de SH, pelo qual ajudou construir. Época do prefeito Silom.
Igreja Católica Nossa Senhora Aparecida - Bairro Vila Rica SH. José C. da Silva conduziu os trabalhos como mestre de obras durante a construção da mesma. Década 2000.
Igreja São Luiz Gonzaga - Bairro S. Luiz. José Carvalho foi mestre de obra quando da construção do templo religioso.
Semana Farroupilha CTG Filhos do Sul SH. Praça S. Dumont. José C. Silva foi o responsável na construção dos arranjos e pavilhões das bandeiras da chama criola. 2008. José m. da foto
Ginásio de Esportes do Bairro São Luiz recebe o nome primeiro subprefeito (1962) de Santa Helena Luis Egger.
Neste local, na década de 1960 havia um comércio de secos e molhados que pertencia à família Panazollo.
José Carvalho da Silva em visita a barragem de Itaipu - Foz do Iguaçu.
José Carvalho da Silva visitando MT - Rio Cuiabá. 31/10/2012.
José Carvalho da Silva - Rio Cuiabá MT - 2012.
José Carvalho da Silva visitando o Parque das Aves - Foz do Iguaçu. 2014.
José Carvalho da Silva - Pescou no Rio Cuiabá - Pacú. 31/10/2012.
José Carvalho da Silva. Pescou no Rio Cuiabá MT - Pacú. 31/10/2012.
José Carvalho da Silva reformando sua residência. Bairro São Luis. Rua Pará 560.
Prof. João e José Carvalho da Silva. Foto fevereiro de 2015.
José Carvalho da Silva e Prof. João Rosa Correia.
Proprietários Família Alegretti.