Na quarta-feira, 08 de outubro de 2014, o professor João Rosa Correia entrevistou Aldair Arnold e a esposa Miriam na residência do casal na Avenida Rio Grande do Sul, 2470, em Santa Helena.

Aldair iniciou dizendo que nasceu no dia 24 de maio de 1945, em Ijuí RS. Seus pais trabalhavam na agricultura naquele município e desde criança Aldair os auxiliavam nos trabalhos do campo. Aos quinze anos de idade sabia tocar sanfona (acordeom). Com esta habilidade artística passou a ser contratado para animar festas em Ijuí e região.

Residindo ainda no RS passou a integrar a grupos musicais. A partir de então aumentou substancialmente a sua participação nas festas naquele Estado. Segundo Aldair, ele procurava conciliar a vida de artista sem deixar os trabalhos na agricultura. Casou-se com Herena Arnold na cidade de Augusto Pestane RS no ano de 1966. Desta união nasceram dois filhos: Rogério Arnold (RS) e Regiane Arnold (SH).

O jovem casal Aldair/Herena sonhava proporcionar melhores condições de vida à família que ora se iniciava. Sabiam que os preços das terras agricultáveis no oeste do Rio Grande do Sul estavam com os preços elevados. Tal fato dificultava a aquisição de propriedade agrícola naquele Estado pelas pessoas de poucas condições financeiras. Afirma Aldair que tinha conseguido formar um pequeno capital, trabalhando como agricultor e músico. Ao tomar conhecimento dos comentários que faziam no RS sobre os baixos preços das terras, a existência de matas virgens e solos férteis que havia em Santa Helena, Aldair Arnold resolveu conhecer a região. Viajou para o oeste do Paraná no ano de 1967.

Ao chegar a Santa Helena adquiriu uma área de terra de quinze hectares, de Alberto Schwartz na localidade conhecida como Linha do Porto, logo abaixo do Cristo Esplendor (Hectare – corresponde a dez mil e cinquenta metros quadrados de terra). Propriedade negociada, Aldair retorna ao Rio Grande do Sul e naquele Estado permanece por mais dois anos. Em junho de 1969 transfere residência para Santa Helena.

Residiu por sete anos numa chácara que seus pais tinham adquirido próximo ao Bairro São Luiz (local em que está o mercado Sangaletti, “Antigo” Mercado Marafon). Ainda de acordo com Aldair, esta área de terra foi vendida no ano de 1976 para a prefeitura municipal que em parceria com a Caixa Econômica o loteou, formando o Conjunto Habitacional Padre Martinho.

A partir daí, Aldair adquire um lote na Avenida Rio Grande do Sul e constrói no ano de 1977 a sua própria residência. Nesta moradia reside até os dias de hoje.

Quanto à propriedade agrícola da Linha do Porto, desmatou a floresta que havia nas terras e mecanizou a área. Para fazer produzir sua propriedade comprou um trator e assim passou a plantar soja, trigo e milho.

Paralelamente aos trabalhos na lavoura, participava de bandas musicais, como exemplo a Guaratãs e Continental. Animava as festas de carnaval, casamento, aniversário, entre outros nos clubes União, Incas e demais clubes do município e região. Outra atividade profissional que exerceu por 18 anos foi de locutor na Rádio Grande Lago de Santa Helena. Conseguiu aposentar-se como radialista, após perder a voz em razão de um problema na garganta. Também desempenhou a função de pedreiro no município santa-helenense.

Disse Aldair que os vitrais coloridos da Igreja (matriz) Católica Santo Antônio, de Santa Helena foram assentados por ele e pelo pedreiro Irineu Antônio Dal’ Soto.

Quando seu filho Rogério Arnold estudou na Escola Municipal Evangélica Bremen (particular – localizava onde está atualmente a Escola Inês Mocelin) na década de 1970 e nos anos 1980, na Escola Estadual Graciliano Ramos tornou-se presidente da APMF dessas instituições de ensino, sente-se feliz por estas colaborações para com a comunidade santa-helenense.

Ao finalizar a entrevista Aldair comentou que no dia 02 de dezembro de 1992 faleceu a esposa Herena. Aldair sentindo a falta de uma companheira, mesmo tendo a companhia dos filhos, casou-se novamente. Uniu em matrimônio no dia 21 de janeiro de 1994 com Miriam Temcatem de origem holandesa. Costureira, desenvolve sua atividade profissional numa sala construída dentro da própria casa, especialmente para este fim. Ainda acrescentou Aldair, a propriedade agrícola repassou em forma de uso e fruto aos filhos e a residência à esposa Miriam.

Agradeço ao casal Aldair e Miriam que gentilmente concederam a entrevista. Apesar dos problemas que enfrenta, Aldair Arnold encara a situação com muito entusiasmo e imensa vontade de viver. Que as forças positivas continuem lhes proporcionando muita energia e assim possa conseguir levar adiante seu projeto de vida.

Professor João Rosa Correia.