Quando o governador eleito Beto Richa, do PSDB, afirmou que pedirá auditoria nas contas do Estado, não imaginou que o trabalho começaria antes de sua posse, nesta semana.
Dois diretores de empresa pública do governo do Paraná denunciaram ao Ministério Publico e ao Tribunal de Contas, na ultima quinta-feira, uma fraude no SIAF-Sistema de Administração Financeira do Governo do Paraná feita por um funcionário da SEFA-Secretaria de Estado da Fazenda que era o Diretor Financeiro do órgão e que causou um desvio de aproximadamente R$ 500 mil que foram parar na sua sua conta particular.
O funcionário, que já confessou formalmente o crime e entregou seus extratos bancários mostrando que usou o dinheiro para fins particulares, tinha cometido o mesmo crime em 2004, quando foi instado pela própria SEFA a devolver os recursos. Mas foi lotado pela SEFA na empresa estatal em 2005, recebendo senha de acesso ao sistema e voltou ao crime. Ele usava de sua senha de acesso ao sistema SIAF da SEFA e desviava os recursos usando assinaturas falsificadas dos diretores nos boletins de crédito que eram enviados ao Banco do Brasil, que pagava sem conferir a autenticidade das assinaturas.
A pedido dos diretores da empresa o MPE e o TCE investigarm a
existência de fraudes em todo o sistema SIAF da SEFA, que podem ter sido
cometidos em outras Gerências Financeiras das secretarias de estado e
empresas públicas. Os desvios ocorreram entre 2006 e 2010 e todas as
contas do órgão foram aprovadas pelo TCE, que não descobriu a fraude
através da fiscalização.
Agora Beto Richa sabe que um bom caminho é
investigar a fragilidade do SIAF-Sistema de Administração Financeira do
Governo do Paraná.
Por outro lado, os excessos de uso de diárias e os altos salários dos diretores da
Cohapar, fixado por seu conselho diretor e denunciado pela imprensa,
levaram o Tribunal de Contas a iniciar uma devassa na Cohapar.
E quando se puxa um fio sempre atrás vem surpresa. Não deu outra. A folha de pagamento era adulterada no sistema de informática do órgão, mas a folha que era entregue para o TCE era outra.
O problema é muito maior do que o pagamento de super salários para diretores.
Por exemplo, problemas de pessoas que recebiam e não estavam na folha de pagamento encaminhada ao TCE. E muito mais. Problemas com diárias, passagens, cartões corporativos, combustível, adiantamentos de gastos excessivos em fins de semana. Com a palavra a atual administração da Cohapar comandada por Everaldo Moreno.
É o início de uma devassa que pode comprometer definitivamente o passo governo.
Com informações de Fábio Campana