Cotidiano
31.07.2015
DESTRONANDO
Entre guardar mágoa por tanto tempo e dizer a verdade, há um labirinto que não consigo mensurar.
Vi uma matéria recente do Nelson Piquet que já passa dos 60 anos, criticando duramente Airton Senna, piloto igual ele, mas que morreu de acidente faz mais de 20 anos.
Piquet se notabilizou pelas disputas acirradas com Senna.
Piquet disse que o seu compatriota era sujo nas corridas, citando pelos menos três episódios de trapaças que teriam sido cometidas por aquele que morto, virou herói nacional.
Depois da morte de Senna, ruas, avenidas, bairros, loteamentos e pontes, como aquela bem vizinha da gente, a que separa o Paraná do Mato Grosso do Sul, passaram a se chamar Airton Senna.
Será que depois das declarações de Piquet, vão acreditar nele, avaliar os fatos e começar uma retirada de homenagens.
Acredito que não.
Mas lembrei do aconteceu com o nome das obras ou vias públicas que estampavam nomes de presidentes e outros políticos da época da ditadura.
Em Porto Alegre, a famosa Avenida Castelo Branco, passou a se chamar Avenida da Legalidade e da Democracia.
Em Toledo, os vereadores retiraram o título de cidadão honorário do Henrique Pizolatto por causa dos escândalos do mensalão.
Então, nem sempre, quem foi rei, jamais perde a majestade.
(Getty Images)