Cotidiano

13.02.2013

DESAPEGO

Depois do feriadão de Carnaval e de uma cinzenta Quarta-Feira de Cinzas sob chuva constante em Santa Helena e região é hora de voltar ao batente da coluna e são tantos os assuntos que fervem que custo escolher um para tergiversar.

A última escrita aqui foi o surpreendente comunicado do Papa Bento XVI, que irá renunciar no último dia do curto mês de fevereiro que tem só 28 dias.

Lá pelo dia 15 de mês que vem, o conclave, que é como se chama a reunião de cardeais para escolher o novo sumo pontífice, deve começar.

De tantas informações sobre o fato, uma realmente chama a atenção que é como será ter um papa eleito e outro que não morreu.

Os bispos quando se aposentam, caso de D. Laurindo Guisardi, ficam eméritos. Assim ficou o bispo D. Olívio, que também ficou emérito até sua morte.

Será que teremos o “papa emérito”?

Apesar de ser curioso, pois há séculos que isso não acontecia, outros temas latentes após o ato de Bento XVI, ainda vão suscitar muitas conversas e análises.

Ontem, na sua primeira aparição pública depois do inusitado anúncio de demissão, o papa, via metáforas ou nem tanto, criticou a divisão interna da igreja, dando mostras de que não só os problemas geriátricos, mas de ordem política, devem também ter influenciado a decisão suprema.

De qualquer modo, Bento XVI vai ficar na história por saber quando parar. Coisa que muitos de nós não conseguimos aprender.

O apego ao poder levou um golpe. Os apegados podem refletir.

Elder Boff