Não são muitos os artistas que podem se vangloriar por ter criado uma linguagem musical. Nesse seleto grupo Celso Blues Boy tem o seu espaço por ter dado de certa forma uma cara ou um sotaque brasileiro ao blues.  A revista americana  Backstage colocou Celso Blues Boy entre os 20 maiores guitarristas da história.  BB King, expressão máxima do blues o reverenciou ao dividir o palco e o estúdio com ele e o convidou para fazer carreira nos EUA.

Celso tocou no célebre Festival de Montreux na suíça. The Commitments, a banda do filme Cult de Alan Parker, chamou Celso Blues Boy para se integrar a ela. Se Celso não foi alçado ao patamar glorioso de Tom Jobim, João Gilberto, Caetano Veloso e outras assumidades nacionais, não cabe aqui explicações. Fato é que Celso vem fazendo história desde a metade dos anos 70. Com apenas dezessete anos, por exemplo, integrou o grupo de Raul Seixas.

Empunhou a guitarra nas bandas Legião Estrangeira e Aero blues, considerado o primeiro grupo de blues do Brasil e dono de performances memoráveis na lendária casa de shows Apa Loosa no rio de Janeiro. Sua estreia solo foi em 1984 com “Som na guitarra”, é um clássico absoluto não pelos hits que contém “Aumenta que isso é rock’n’roll”, “Blues motel”). Ainda nos anos 80 surgiram outros hits como “Marginal” (com Cazuza), “Damas da Noite”, “Tempos difíceis”, “Fumando na escuridão”, “Sempre brilhará”, além de ter feito a trilha dos filmes “Rock Estrela” e “Bete Balanço”.

Nos ano 90 gravou o excepcional “Vivo” (um dos melhores discos de blues/rock brazuca de todos os tempos). Foi nesse período também que passou a excursionar na Europa, virou amigo de BB King que empresta seu toque único a “Mississipi”, faixa do álbum “Indiana Blues”de 95.

Nos anos 2000 Celso Blues Boy segue incansável pelos palcos afora e nessas idas e vindas foi parar novamente no Circo Voador, sem dúvida seu lar fora de Joinvile (SC) onde mora a 12 anos. Foi ali naquele espaço lendário que gravou no ano passado “Celso Blues Boy ao vivo”, seu primeiro DVD (também lançado em cd), onde faz uma releitura de sua carreira, além da inédita “Quem falou que acabou o rock’n’roll”.

Ouvindo e vendo esse DVD de Celso blues Boys, eu pergunto. Quem falou que acabou o rock’n’roll?