Cotidiano

29.01.2009

BRUNA, FABRÍCIO, ...

Bruna com 12 e Fabrício com dois anos apenas são mais duas vítimas da irrefreável volúpia pelo dinheiro fácil dos ilícitos na região, que ninguém ousa denunciar para as autoridades policiais de qualquer nível, temendo retaliações como esta.

Fico imaginando os momentos dramáticos que antecederam a execução e muitas perguntas só terão respostas se o autor ou os autores do infortúnio resolver ou decidirem falar a verdade. Porque o pai de uma e tio de outra, levou as crianças junto no encontro com o policial, principal suspeito? Por que o carro foi queimado? Quem foi morto primeiro, o homem ou as crianças?

Estas tragédias acontecem todos os dias no Brasil afora, mas quando explodem bem pertinho da gente, podemos sentir o grau de insegurança que nos cerca. Estamos literalmente rodeados por bandidos e o pior de tudo que às vezes, os bandidos são quem a gente pensava que teria que prendê-los.

Você consegue raciocinar direito o que está acontecendo na nossa região. A situação tomou contornos incontroláveis. Estão se matando entre si e imaginem se alguém atravessar o caminho do lucro fácil ocasionado pelo ilícito que transborda na região lacustre.

Mas este fato deve motivar uma reviravolta nesta espécie de mordomia a que está acomodada a marginalia. Chegamos como aquelas crianças, no fundo do poço. Sinais fortes de descontrole total em termos de segurança têm sido visto em toda a região do lago, faz é tempo.

A chacina de Guaíra do ano passado trouxe a cúpula da segurança do Paraná para posar diante dos holofotes prometendo isso e aquilo. Nada foi feito de efetivo e a região continua entregue ao descontrole.

Quantas Brunas e quantos Fabrícios terão que perecer para uma ação concreta seja efetivada no sentido de devolver um pouco de paz e tranqüilidade na região?

Elder Boff