Cotidiano

19.03.2014

BONDADE

Eu sempre fui muito bom.

Mas eu sempre fui muito bom mesmo para os outros.

Sempre fui legal com o falecido nono, com o falecido pai. Sou boníssimo com minha querida mãe.

Sempre foi bom demais para o meu filho e para a minha mulher, em que pese alguns resvalos.

Fui bom demais para o meu filho, cometendo até erros de criação dele.

Sempre fui muito bom com os patrões que tive e tenho.

Fui bom com amigos, bom com pessoas estranhas e bom para meus eleitores pelas oportunidades que pude ter a partir da confiança deles.

Claro, não agradei todo mundo, porque isso não existe.

Mas sempre fui ou procurei ser muito bom no relacionamento com as pessoas.

Fui bom para eu mesmo, por várias oportunidades, mas quem eu mais tratei mal na vida, foi eu mesmo.

Com o crescimento, a gente vai aprendendo a melhorar com si próprio.

Vamos nos dando tempo, nos propiciando escolhas.

E a partir disso, começamos a ficar um pouco piores com os outros.

Então, começo a me questionar. Ser bom pra si implica em às vezes, ser um pouco ruim para os outros?

Tem gente que tem vocação para ser agradável, mas dissimulado.

Eu sempre fui bom, mas um tanto quanto sincero e isso também implicava em não ser tão agradável.

Mas entre o “ser bom” “ser ruim” ou chato, como já disse recentemente aqui, acho que fui 90% bom e me arrependo bem pouco disso.

Elder Boff