Volto ao tema interessante sobre o qual escrevi ontem: O bolão da Mega Sena de Novo Hamburgo, cujos bilhetes não foram validados no sábado passado e que está causando uma discussão intensa.

Ontem, a moça que era encarregada de fazer as apostas, deu um longo depoimento ao delegado que investiga o caso. Somente ao delegado ela se locupletou. Diane Samar da Silva de 21 anos assumiu a culpa por “esquecimento”.

O delegado em questão, Clóvis Nei da Silva, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Novo Hamburgo, não engoliu essa história como definitiva, mesmo de posse de um vídeo, fornecido pelo dono da Lotérica Esquina da Sorte, que comprovaria o desespero da funcionária na noite de sábado ao “perceber” que não havia validado os cartões do bolão.

Outra descoberta interessante é justamente sobre a movimentação milionária dos bolões pelo Brasil afora. Se cada um dos apostadores pagou R$11 por cada cota e havia um total de 40 cotas, o lucro da lotérica é exorbitante.

Ora, 40 x R$11 = R$440. No preço real, 40 bilhetes da Mega Sena, custam R$80 e, portanto o lucro aferido pelo lotérico é de R$360 cada bolão de 40 cotas. Vamos supor que um lotérico resolver praticar a venda e mesmo validar os cartões de uns 10 bolões iguais a este por semana. Vai faturar líquido, R$3.600 por semana, ou seja, R$16,2 mil por mês, ao multiplicarmos por 4,5, correspondente ao número de semanas do mês.

Partindo desta premissa, deste lucro extraordinário, dá até pra acreditar que houve mesmo um “esquecimento” por parte da moça da lotérica, ainda mais que seu pai, tinha uma cota malfadada.

A Caixa Econômica está sendo impelida judicialmente a pagar o prêmio para os cotistas. Vai ser uma lide jurídica bem interessante com risco iminente de a CEF ter que desembolsar os valores correspondentes ao prêmio na divisão das cotas.

Isso pode demorar um tempão, as partes vão recorrer até o STF, mas a esperança dos ainda pseudo milionários, não cessará.