Cotidiano

26.08.2013

BODAS DE DIAMANTE

Em tempos que as pessoas trocam mais de parceiro do que de camisa, pude presenciar a comemoração de bodas de diamante de um casal de Santa Helena.

Conviver 60 anos um ao lado do outro é tarefa que parece quase impossível hoje em dia aos olhos da modernidade.

A família parece que tem deixado de ser o cerne da sociedade.

Casais pensam que vão ficar apaixonados pelo resto da vida. Balela.

Para aguentar um ao outro durante bom tempo, mesmo que não sejam cinco ou seis décadas, tem que renovar o amor de vez em quando e acostumar-se à companhia.

Acho que já escrevi por aqui em outro artigo sobre justamente o que me referi antes: a paixão.

A paixão é um fogo que se apaga rapidamente.

O que pode sobreviver aos temporais é o amor.

Mas o que eterniza uma relação é o ato de suportar e relegar.

Suportar os defeitos do outro e relegar certos acontecimentos indigestos.

Se a cada crise seja aguda ou superficial fosse motivo para rompimento, ninguém completaria sequer bodas de papel.


(Parabéns para Nico e Alzira Noro pela sexagenária comemoração)

Elder Boff