Cotidiano
09.03.2010
ARTISTAS
Vejo nos comentaristas de política
pelo Brasil afora e também pelas notícias que emanam de grandes jornais e sites
do país, que Serra pode ceder espaço para Aécio na cabeça de chapa da oposição
à ministra Dilma, sucessora ungida de Lula.
Uma pergunta ao neto de Tancredo foi
feita, sucedida por outra. A primeira foi sobre o que escrevemos recentemente,
que ele não aceita ser vice numa possível chapa puro sangue.
Diga-se de passagem, o nome de Beto
Richa passou a ser lembrado para tal, o que poria ordem na casa em relação aos imbróglios
pré-eleitorais do Paraná, juntando novamente Álvaro, Osmar e o próprio prefeito
de Curitiba, organizando a casa para a candidatura majoritária e “despalancando”
Dilma no estado.
A segunda pergunta feita ao
governador de Minas, Aécio Neves, foi se ele toparia reassumir a condição de
candidato, caso Serra abrisse mão da disputa. Sim. Foi a resposta do tucano.
São meras especulações, mas que
podem ganhar corpo. Em política, nem tudo parece o que é e às vezes sim, parece
o que emerge na base do que “onde há fumaça há fogo”.
A campanha está a todo vapor e
somente a justiça eleitoral não enxerga. Lula com Dilma a tiracolo pra lá e pra
cá. Serra visitando até a festa da uva, fingindo não ser candidato e
justificando silencia sobre eleições aos repórteres dizendo que estava na
festividade serrana como governador.
Como afirma a blogueira Rosane de
Oliveira, que escreve também na ZH de Porto Alegre, os disfarces variam de
partido para partido, mas o arsenal de máscaras é extenso: inauguração,
lançamento de pedra fundamental, assinatura de ordem de serviço, vistoria,
visita a festas populares, protagonismo nos programas em rede de rádio e TV a
chamada propaganda partidária gratuita , outdoors a pretexto de homenagem,
cartazes de divulgação de outras atividades, viagens para discussão do programa
de governo.
O fingimento começa pelo presidente
Lula, que anda para cima e para baixo com a ministra Dilma Rousseff, dizendo às
plateias que ela é a mãe do PAC, a responsável pelos programas mais populares
do governo, a gestora competente. Em outras palavras, que Dilma é a ungida por
ele para ser sua sucessora.
Ontem, na inauguração de um complexo
esportivo na favela da Rocinha, Lula, Dilma e o governador Sérgio Cabral,
candidato à reeleição, adotaram o comportamento de palanque. Lula e Cabral
fizeram levantamento de peso e, afinados, discursaram contra os adversários do
governador. O presidente calçou as luvas para brincar de boxeador com um
menino. Dilma fingiu treinar tiro com arco. Cada encenação é um flash.