Cotidiano

30.03.2010

ARMANDOS

Hoje, dia em que enterram Armando Nogueira, me lembrei de outros Armandos. Toda vez que acontece uma tragédia nacional ou mesmo internacional, procuro puxar uma reflexão aqui pra perto do nosso terreiro. Nós somos pessoas que sofremos de comoção nacional.

A gente tem uma capacidade maior de se emocionar com a morte do Airton Senna do que com um conhecido do nosso quarteirão, do nosso bairro ou da nossa cidade mesmo.

Mas isso não é anormal. Temos o costume de endeusar nossos ícones do esporte, da música, da televisão e até do rádio.

Diga-se de passagem, o rádio na cidade grande, exerce o mesmo fascínio que a televisão. Bem mais do que nas cidades médias e pequenas, mesmo que, ainda existe aquela magia da vontade de conhecer um radialista, mesmo nas menores cidades interioranas.

Lembro-me na década de 70, quando a gente só ouvia a Difusora. Num final de ano, a rádio mandou para anunciantes e meu pai anunciava lá ocasionalmente, um postal coma foto dos radialistas.

Foi uma emoção conhecer o semblante de cada “artista” que nos trazia a emoção e a magia do rádio.

Mas, Armando Nogueira era mesmo um ícone e deve ser reverenciado. Era diferente. Tinha um estilo próprio de fazer notícia e principalmente cobertura esportiva através de suas crônicas, suas entrevistas e mais antigamente, suas reportagens em grandes eventos esportivos.

Era um verdadeiro artista que transformava dribles em poesia, gols em obras de arte emolduradas por palavras inteligentes e conexas.

Elder Boff