Cotidiano

27.07.2015

A VIDA É BELA

Um dos filmes dos quais eu senti mais emoção ao assistir foi “A vida é bela”.

Lembro-me de ter ficado triste na noite do Oscar, lá em 1999, quando vi Central do Brasil perder para a película do italiano Roberto Benigni na categoria de filme estrangeiro.

Já tinha visto o filme brasileiro estrelado por Fernanda Montenegro e aquele gurizinho para o qual a veterana atriz interpretava uma escrevedora de cartas na famosa estação.

Mas quando, depois, assisti “A vida é bela”, entendi porque havíamos ficado para trás, frustrados com a vontade de ver a estatueta doirada em nossas mãos.

Com um humor incomum, o personagem de Roberto Benigni, conseguiu fazer com que seu filhinho pensasse que participavam de uma gincana,dum jogo, quando na verdade estavam em poder dos nazistas, capturados ambos, mais a mãe.

Como as mulheres eram separadas, o pequeno Gisué Orifice, interpretado pelo ator mirim Giorgio Cantarini, ficava junto com Guido Orifice, seu pai, papel de Benigni.

Então, durante a estada nos campos de concentração, o menino acreditava piamente que tudo não passava de uma brincadeira.

Quem ainda não viu, assista “A vida é bela” e vai ter um encantamento que muitas vezes gostaríamos de projetar para a nossa vida.

Quando tudo parece ser sério demais, teríamos que mergulhar no lúdico e fazer de conta que tudo não passa de uma grande brincadeira, para sofrer menos e tirar as grandes fases de sisudez de nossa existência.


Elder Boff