Religião

06.06.2013

A LAICIDADE

Hoje em dia se fala muito de pensamento laico, moral laica, ciência laica, política laica. É necessário formar um conceito claro do que significa laicidade. Em realidade, hoje a laicidade vem entendida comumente como exclusão da religião dos âmbitos da sociedade e colocado só no âmbito da consciência individual.

As consequências levam por parte da Igreja, a não poder intervir em temáticas relativas à vida e ao comportamento dos cidadãos (fale-se de aborto, métodos conceptivos, eutanásia, etc.) e inclusive a eliminar toda forma de símbolo religioso de lugares públicos como escolas, hospitais, presídios, etc. No fundo, na base de tal reflexão, reina uma visão a-religiosa na qual Deus não tem lugar, nem uma moral de valor absoluto, vigente em todo tempo e circunstância.

É verdade, é importante que o setor político seja o que defina o ordenamento político e social. Mas, é compromisso de todos constituir um verdadeiro conceito de laicidade que, como diz Bento XVI, “por uma parte reconheça à Deus e à sua lei moral, à Jesus Cristo e à sua Igreja o lugar que lhes corresponde na vida humana, individual e social, e por outra parte, afirme e respeite a legítima autonomia das realidades terrenais”.


A Igreja não pode indicar qual ordenamento político e social se deva preferir, mas, é o povo quem deve decidir livremente os melhores e mais adaptados modos de organizar a sua vida política. Por outra parte, a “reta laicidade” comporta que o Estado não considere a religião como um simples sentimento individual, confinado ao âmbito privado, mas a reconheça como presença comunitária pública.

Ricardo Pioner, L.C.