Cotidiano

27.03.2009

A COR DOS OLHOS DA CRISE

No encontro do G-20, que é o grupo dos 24 países considerados em desenvolvimento, isso mesmo, o G-20 tem 24 nações que são consideradas emergentes, o nosso presidente vociferou mais uma de suas pérolas que podem dar pano pra manga.

“É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis”, disse Lula ao se referir à turbulência global na economia. Os jornais e sites mais famosos da Europa e Estados Unidos consideraram as palavras de Luis Inácio Lula da Silva como “tirada bizarra”!

Lula foi mais além. Disse ainda que antes da crise, estes mesmos brancos de olhos azuis, pareciam entender tudo de economia e agora não sabem nada.

Fico imaginando, se um presidente de algum país deste mundo afora, de preferência um loiro de olhos azuis, dissesse que a violência está concentrada nos negros de olhos pretos. O cara seria trucidado por organizações anti-racistas.

O presidente corre constantemente os riscos do improviso. Todos os discursos de Lula ou de qualquer outro presidente, de praxe é formatado, redigido e estudado antes de ser proferido. Tudo que um presidente fala, quando se trata de discurso, está escrito, principalmente em encontros internacionais como este do G-20.

O problema é o improviso e de improviso nosso presidente já cometeu muitas gafes. Quem não lembra a declaração sobre esta mesma crise que foi dada por Lula em setembro do ano passado, dizendo que o tsunami da crise internacional chegaria aqui como uma marolinha?

Um dia Lula, de improviso, numa conversa que estava sendo gravada e que vazou na internet, disse: “Pelotas é exportadora de veados”! Numa cerimônia para doentes mentais, Lula se superou ao dizer: “Todos temos um pouco de loucos dentro de nós!”. Sabe-se que a palavra “loucura” é abominada entre os que trabalham e convivem com deficientes mentais.

Agora, é esperar pra ver a repercussão de mais esta pérola do nosso presidente. É por estas e por outras que muita gente do primeiro mundo, continua achando que somos a república das bananas, que somos uma grande selva, entremeada por algumas cidades sem tanta importância.

Elder Boff