Em um desabafo corajoso e necessário, a vereadora de Toledo, Marli Gonçalves Costa (conhecida como "Marli do Esporte"), uma das mais votadas de sua cidade, esteve na redação do Jornal Correio do Lago para denunciar violências que tem sofrido no meio político e encorajar futuras gerações de mulheres a não se calarem diante de agressões.

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Durante entrevista, a vereadora relatou que a violência política contra mulheres está sendo normalizada no cenário nacional e local, algo que "nunca deve ser considerado normal". Ela detalhou que as agressões ocorrem, muitas vezes, em ambientes virtuais, como redes sociais e grupos de mensagens, onde recebe inúmeras ofensas e palavras de baixo calão, em uma tentativa de desqualificar seu trabalho e suas ideias.

"Simplesmente por você externar um pensamento: ‘eu acredito nesse político, naquele político’, ou ‘eu defendo porque aqui tem injustiça social’... você externar isso não dá o direito a ninguém de chegar na rede social e ofender você com inúmeros palavrões e xingamentos de baixo calão," desabafou a vereadora Marli.

Ela enfatizou a distinção entre discordância e agressão, ressaltando que a política deve feita usando o poder do diálogo e do confronto de ideias, mas sempre com respeito. A vereadora questionou a prática de ataques pessoais, especialmente a misoginia percebida, dizendo: "Pelo fator de ter todas as ofensas de homens em direção a mim."

Questionada sobre a razão de levar o caso a público, a vereadora foi categórica: "Eu me sinto na obrigação." Ela explicou que, ao ser a liderança feminina mais votada, tem o dever de ser coerente com sua pregação pelo respeito e de não permitir que a impunidade gere mais violência. "Eu estou mandando qual lição para as meninas... qual mensagem para as meninas mais novas, por exemplo, que querem começar? Qual mulher que vai querer entrar, sabendo que atualmente, no século que nós estamos, esse tipo de coisa está acontecendo?" Se calando, a vereadora Marli entende que estaria enviando uma mensagem de medo e fraqueza para as futuras líderes.

A vereadora confirmou que já fez a denúncia formal na delegacia, conversou com o delegado e representou legalmente contra os agressores, com o caso seguindo agora para o Ministério Público. Ela também mencionou a recente criação da Associação de Vereadoras do Paraná, sediada em Foz do Iguaçu, que visa fortalecer as denúncias, o trabalho jurídico e a proteção da mulher na política.

"A gente tem que ser contra toda e qualquer tipo de agressão, não só contra mulher, mas contra ser humano, contra animal, contra tudo," concluiu a vereadora Marli Gonçalves Costa, agradecendo o espaço para levar a mensagem de que a violência "não pode passar impune."

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