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Terça-feira, 08 de Outubro de 2024

Última Kombi da Itaipu está em exposição na usina

“Retorno” do veículo faz parte das comemorações dos 50 anos da Segurança Empresarial

A antiga Kombi vermelha, com placa original ACN 3696, ano 1992, considerada um xodó pelos bombeiros e muitos outros empregados da IB, está de volta a Itaipu depois de 13 anos de “aposentadoria”, para as comemorações do cinquentenário da Segurança Empresarial. A aposentadoria dela deixou saudade em muita gente e, quando foi vendida, provocou comoção. O retorno da antiga perua, chamada de Valente, é motivo de alegria principalmente para os(as) mais antigos(as) ainda na ativa.

Atualmente, ela está exposta em frente à sede do Corpo de Bombeiros da Usina. Outros dois Fuscas da época da construção também estão em exposição na empresa, na entrada das duas margens da Binacional, em Foz do Iguaçu e Hernandárias, no Paraguai, para marcar a data festiva.

Os Fuscas, apelidados de marrom-glacê por causa de uma novela homônima da Rede Globo, apresentada entre 1979 e 1980, têm as cores do uniforme dos agentes. Eles fazem parte de uma mostra itinerante, revezando-se para que mais pessoas possam conhecer essa parte da frota antiga e fazer uma viagem ao passado. A Kombi vai para a entrada da barreira, no lado brasileiro, e o fusca brasileiro para o Centro Executivo.

Para que servia

A Volkswagen Kombi era adaptada para levar os materiais de combate a incêndio, como extintores, mangueiras, líquido gerador de espuma, material de iluminação e motogerador, entre outros. O veículo atendia o Corpo de Bombeiros na cota 108. Como os bombeiros trabalham integrados, o veículo era compartilhado por eles na Margem Esquerda e Margem Direita.

Aposentada, a Kombi foi adquirida por José Carlos Gabriel, um apaixonado por carros antigos, em outubro de 2011, num leilão bastante concorrido. Ela foi arrematada com 49.353 quilômetros. Hoje, a quilometragem aferida dela é de aproximadamente 80 mil. Nos primeiros anos da Usina, a frota de Kombis e Fuscas era majoritária em Itaipu.

Gabriel confessa ter se apaixonado pela Kombi à primeira vista, assim que a conheceu no pátio do Almoxarifado de Itaipu, durante visita aos lotes leiloados. Na ocasião, ele disse: “Vim apenas para comprá-la e até passei do meu limite inicial, de R$ 12 mil. Mas já acho que valeu a pena. Verifiquei que ela rodou, em média, 6 a 7 quilômetros por dia. Ou seja, está novinha!”

A velha Kombi deixa muito carro novo para trás. Gabriel já rodou por vários lugares com a perua, que praticamente não foi modificada. Ele fez duas viagens para Curitiba e também para Caiobá, no litoral do Paraná, e para várias cidades do Sudoeste, além de Santa Rita e Encarnación, no Paraguai. Todas para participar de eventos de carros antigos. Por onde passa, é fácil encontrar um ou outro empregado ou aposentado de Itaipu que pergunta com saudosismo sobre o veículo, que teve de ganhar novo emplacamento, mas continua com a placa original para usar nos eventos.

Saudosismo

Para o coordenador do Corpo de Bombeiros, Marcio Rodrigo Marquetto Maurício, a palavra que define o retorno da Valente é saudosismo. “É um misto de emoções, né? Eu vejo a Kombi ali e sinto saudade, tenho gratidão ao equipamento que nos serviu, de uma forma diferente do que a gente estava acostumado nos Corpos de Bombeiros militares. Lá, a gente utilizava caminhões maiores; aqui a gente usava uma Kombi dentro da área industrial, para dirigir nas áreas internas da usina", relata. 

"Sinto, ao mesmo tempo, orgulho. É um equipamento que, na época, era o que existia de tecnologia de ponta, e hoje ficou para nossa história. É uma tradição, parte da nossa história e da carreira de muitos dos bombeiros que trabalhavam com ela."

Valentia

Segundo o bombeiro Tiago Leal Mangrich, que guarda um banner com a imagem dele na Kombi como lembrança, o velho veículo cumpriu seu papel. Ele chegou a usar a Valente em seu trabalho. “Na época, nós a utilizávamos para deixar alguns materiais, mangueiras, juntas, uma chave de mangueira, para que pudéssemos transitar com ela por dentro da Casa de Força.”

Mangrich tem várias histórias com a Kombi. “Eu me recordo bem que em todos os simulados e todas as vezes que era necessário chegar até uma das unidades, se fosse distante, nós utilizávamos a Kombi. Semanalmente, ela vinha aqui para a base por meio do elevador monta carga e fazia uma recorrida, para que pudéssemos acionar o motor, gastar um pouco do combustível. Como a Itaipu faz muita prevenção, temos a bênção de não ter muitas ocorrências”, destaca. 

Ele acha muito importante que Itaipu tenha conseguido trazer a Kombi para as comemorações do cinquentenário. ?“Hoje nós temos equipamentos mais tecnológicos, mas, naqueles anos, essas viaturas nos serviram e muito bem. Tanto a Kombi, aqui nos bombeiros, quanto os Fuscas que foram posicionados lá nas entradas da barreira, em Foz e em Hernandárias, que serviram os agentes de segurança.”

Assessoria 

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