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Sábado, 05 de Outubro de 2024

Trump diz que Israel deveria 'atingir' instalações nucleares do Irã

Israel estuda retaliação ao Irã por ataque de mísseis na terça (1º). EUA estão coordenando reposta com israelenses. Presidente dos EUA, Joe Biden, desaconselha bombardeio a instalações nucleares e petrolíferas iranianas.

O ex-presidente e candidato republicano Donald Trump disse que Israel deveria "atingir" instalações nucleares do Irã como retaliação pelo ataque de mísseis em solo israelense na terça (1º) e criticou o presidente dos EUA, Joe Biden, por dizer que é contra isso.

A fala do republicano, que ocorreu durante comício em Fayetteville, na Carolina do Norte, nesta sexta-feira (4), vai de encontro às falas de Biden sobre uma eventual resposta israelense --o governo Biden busca uma desescalada nas tensões para evitar uma guerra total entre Israel e Irã. O presidente dos EUA disse na quarta (2) que não apoiará um ataque israelense a locais relacionados ao programa nuclear do Irã.

"Quando lhe fizeram [Biden] essa pergunta, a resposta deveria ter sido atingir o nuclear primeiro, e se preocupar com o resto depois", disse Trump em resposta a um homem presente na plateia.

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No início desta semana, o Irã disparou cerca de 200 mísseis contra o território israelense. Grande parte dos artefatos foi direcionada a grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Israel prometeu uma resposta "precisa" e "surpresa".

Desde então, os Estados Unidos dizem que estão conversando com Israel para coordenar uma resposta adequada e "proporcional" ao Irã. O presidente dos EUA afirmou nesta sexta que Israel ainda está estudando uma resposta ao Irã e desaconselhou um ataque às instalações petrolíferas iranianas.

Trump falou ainda da capacidade nuclear do Irã, que representa uma ameaça aos EUA. O republicano também prometeu que os EUA também terão um Domo de Ferro, assim como Israel.

Israel discute resposta ao Irã

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Israel ainda está discutindo como irá responder ao ataque iraniano do dia 1º de outubro. Nesta sexta-feira (4), o democrata desaconselhou um bombardeio israelense contra campos de petróleo do Irã.

Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, nesta sexta-feira, Biden disse que não atacaria campos de petróleo se fosse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O presidente já havia pedido para que Israel evitasse instalações nucleares iranianas.

No dia do ataque iraniano contra Israel, o preço do petróleo tipo Brent subiu quase 4%. Em 2023, o Irã foi o sétimo maior produtor de petróleo do mundo. Um ataque contra estruturas petrolíferas iranianas poderia pressionar ainda mais o preço da commodity.

Biden afirmou que está avaliando impor novas sanções econômicas contra o Irã. Ele também mandou um recado para Netanyahu.

"O principal para evitar uma guerra total é reunir os aliados para conter isso", disse. "Netanyahu deve se lembrar que nenhuma administração ajudou mais Israel do que nós."

O ataque do Irã

'Chuva de mísseis' é vista nos céus de países Oriente Médio em ataque do Irã contra Israel

O Irã lançou mísseis contra Israel na terça-feira (1º). Uma ação do país era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado na capital do Irã. O governo iraniano responsabilizou as autoridades israelenses pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.

Nos últimos dias, o Irã voltou a prometer uma resposta à Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e de Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.

O Irã é um importante aliado do Hezbollah, que é considerado grupo terrorista por Estados Unidos e Israel. O grupo extremista e os militares israelenses aumentaram as tensões nos últimos dias, que resultaram em trocas de ataques e bombardeios no Líbano, com mais de 1 mil mortes.

Na noite desta terça-feira, pelo horário local, mísseis iranianos cruzaram os céus de Tel Aviv e Jerusalém, em Israel. As autoridades israelenses afirmaram que grande parte dos artefatos foi abatida. Além disso, o sistema de defesa Domo de Ferro operou para interceptar as ameaças iranianas.

Diante do ataque, os militares israelenses emitiram uma ordem para que a população procurasse por abrigos e bunkers. Sirenes de aviso tocaram por todo o país. O espaço aéreo também foi fechado.

Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada. A agência de notícias estatal iraniana afirmou que alguns artefatos atingiram locais controlados por Israel no território palestino da Cisjordânia.

O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.

O chefe do Conselho de Segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que o ataque iraniano não atingiu nenhuma infraestrutura estratégica de Israel. Além disso, não há relatos de mortes.

O governo do Irã disse que, após o envio de mísseis, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido e a salvo.

G1