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Terça-feira, 22 de Outubro de 2024

Se Lula negar entrada da Venezuela nos Brics, romperá relações com Maduro, diz Rubens Barbosa ao WW

Ex-embaixador alerta que veto do Brasil à adesão venezuelana pode comprometer política externa brasileira

O ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Barbosa alertou sobre um possível dilema enfrentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à entrada da Venezuela no grupo dos Brics.

A declaração foi feita durante uma entrevista ao WW desta segunda-feira (21), onde Barbosa analisou as implicações desta decisão para a política externa brasileira.

Segundo o diplomata, Lula se encontra em uma posição delicada, tendo em vista que já demonstrou certa aceitação da situação política na Venezuela, apesar das críticas internacionais sobre democracia e direitos humanos no país.

“Lula está num dilema, porque ele, de certa maneira, aceitou o que aconteceu na Venezuela em termos de democracia e direitos humanos”, afirmou Barbosa.

Pressão pela adesão e consequências do veto

O ex-embaixador destacou que há uma pressão significativa para a inclusão da Venezuela no bloco dos Brics. No entanto, ele advertiu que um possível veto brasileiro à entrada do país vizinho poderia ter sérias consequências diplomáticas.

“Se o Brasil vetar a Venezuela, todo o trabalho que foi feito até aqui para manter os canais abertos, as comunicações fluidas entre o Brasil e a Venezuela se interromperão”, explicou.

Barbosa foi enfático ao afirmar que um veto brasileiro seria interpretado pelo governo venezuelano como um rompimento nas relações bilaterais.

“A Venezuela vai tomar isso como um rompimento da parte do Brasil”, alertou o diplomata, ressaltando a complexidade da situação para a política externa brasileira.

O ex-embaixador caracterizou a situação como uma “armadilha” para o presidente Lula e para a política externa brasileira.

A decisão sobre a entrada da Venezuela nos Brics coloca o Brasil em uma posição delicada, tendo que equilibrar suas relações regionais com as expectativas dos demais membros do grupo.

CNN