O município de Santa Helena vive um momento de extrema preocupação com o aumento alarmante dos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A situação, considerada "muito séria" e "preocupante" pela Diretora de Saúde, Rosângela Disarz, e pela Coordenadora de Campo da Dengue, Ane Kaul, pode levar a uma nova epidemia na cidade se medidas urgentes não forem tomadas.

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Em entrevista ao Jornal Correio do Lago, as representantes da Secretaria de Saúde destacaram que o município se encontra na 40ª Semana Epidemiológica, período em que os índices se tornaram “alarmantes”. Enquanto o último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) apontou 3,9%, as armadilhas de monitoramento mais recentes (Ovitrampas) revelam um índice de infestação de ovos preocupante de 17%. “Estamos enfrentando um momento bem difícil, principalmente porque esses ovos que estão aí, eles vão eclodir e, se nós não tomarmos as devidas providências, nós teremos novamente uma epidemia de dengue”, alertou Rosângela Dizers.

Clima e nova metodologia de combate

A Coordenadora Anne Kaul ressaltou que o clima atual – com chuvas e calor – agrava o cenário, acelerando o ciclo de vida do mosquito, que pode passar de larva para pernilongo adulto em apenas cinco dias. Ela também explicou que a metodologia de monitoramento mudou, substituindo o LIRAa bimestral pelas Ovitrampas , o que permite um trabalho mais direcionado e intensificado.

“A gente vai estar lá duas, três, quatro vezes por mês, quanto for preciso”, afirmou Anne, destacando que as ações incluem remoção mecânica, tratamento larvário e aplicação de inseticida (UBV), focando em localidades com maior incidência de ovos.

Diante do risco, a administração municipal propôs uma medida drástica para aumentar a conscientização e a colaboração popular: a aplicação de multas para munícipes onde forem encontrados focos do mosquito após reincidência.

A Diretora de Saúde, Rosângela Disarz, anunciou que será realizada uma enquete, inclusive no Correio do Lago, para que a própria população decida sobre a aplicação das multas. “O próprio munícipe ele vai escolher. Nós vamos colocar ou não as nossas multas. Anne Kaul reforçou que a cobrança por atitudes mais punitivas vem da própria comunidade, cansada do descaso de vizinhos que mantêm criadouros.

Apelo à consciência cidadã

“Dengue mata”, frisou Rosângela Disarz, lamentando os óbitos registrados no passado e a sobrecarga no sistema de saúde que poderia ter seus recursos aplicados em outras áreas. “Não é brincadeira. É uma questão muito grave dentro do município se a gente novamente ter outra epidemia de dengue.” A mensagem final para a população é de vigilância constante e capricho, garantindo que recipientes, como aqueles usados para guardar água da chuva, sejam devidamente tampados.

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