Internacionais | tensões em alta

Sábado, 15 de Novembro de 2025

Qual é a capacidade militar da Venezuela e como ela pode responder a um possível ataque dos EUA?

Com tensões em alta após envio de porta-aviões dos EUA, especialistas analisam capacidade real da Venezuela de reagir militarmente.Trump x Maduro: Venezuela faz exercícios militares e pede 'preparo máximo para luta armada' após chegada de porta-aviões dos EUA Trump x Maduro: Venezuela faz exercícios militares e pede 'preparo máximo para luta armada' após chegada de porta-aviões dos EUA

A chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford às águas próximas da América Latina é um marco nas crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Esta é a maior presença militar norte-americana na América Latina desde a invasão do Panamá, em 1989.

E, da mesma forma que ocorreu com o então líder panamenho Manuel Antonio Noriega (1934-2017) há mais de 30 anos, o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também foi acusado de tráfico de drogas e rejeita a acusação.

Os Estados Unidos mantêm intenções ambíguas ao deslocar o maior e mais moderno porta-aviões do mundo para perto do litoral venezuelano. Mas Caracas parece já estar se preparando para um ataque.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou na terça-feira (11/11) um "deslocamento massivo" de forças terrestres, marítimas, aéreas, fluviais e de mísseis, bem como de milícias civis em todo o país, para neutralizar o que ele considera uma ameaça para o governo de Maduro.

Padrino López destacou, em pronunciamento na televisão, que Maduro ordenou o deslocamento de "quase 20 mil" soldados, como parte da operação.

A chegada do "superporta-aviões" norte-americano é considerada uma escalada da campanha militar impulsionada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra supostos cartéis de drogas que operam na Venezuela.

As recentes ações no mar do Caribe já resultaram na morte de mais de 75 pessoas que estavam a bordo de lanchas e embarcações semissubmersíveis.

Fuzileiros navais atiram durante exercício no Mar do Caribe — Foto: Comando Sul dos EUA

Mas analistas afirmam que esta medida também poderá fazer parte de uma estratégia mais ampla, destinada a enfraquecer ou até derrubar Nicolás Maduro.

Washington considera seu governo como sendo ilegítimo, já que as eleições presidenciais do ano passado foram qualificadas como fraudulentas pela oposição venezuelana e por organismos internacionais.

Mas será que o exército da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, poderá resistir a um ataque da maior potência militar do planeta?

'O exército é uma sombra do que já foi'
Maduro declarou em setembro que mais de 8 milhões de pessoas se alistaram para defender a Venezuela. Ele sugeriu que poderia armar uma milícia com esse contingente.

Mas especialistas questionam amplamente este número.

"Não está certo. O número real é muitíssimo menor. Maduro não chegou a ter 4 milhões de votos no ano passado", declarou à BBC News Mundo (o serviço em espanhol da BBC) James Story, ex-embaixador da Unidade de Assuntos da Venezuela da Embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, na Colômbia, entre 2020 e 2023.

"E é um exército com altos índices de deserção", destaca ele.

Um relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos afirma que a Venezuela conta com 123 mil soldados ativos, 220 mil milicianos e 8 mil reservistas.

G1