O quadro havia sido vendido por US$ 34,9 milhões (cerca de 186 milhões) em 2021 — embora haja relatos de que outras pinturas da artista já foram vendidas em transações privadas por valores ainda maiores.

Já o recorde anterior de uma obra mais cara feita por uma mulher pertencia a “Jimson Weed/White Flower No. 1”, de Georgia O’Keeffe, vendida por US$ 44,4 milhões (cerca de R$ 235 milhões) em 2014.

Pintado em 1940, durante um período de intensa turbulência pessoal e transformação artística, "El sueño (La cama)" está, segundo a Sotheby's, entre os autorretratos mais carregados de psicologia e simbolismo do catálogo de obras de Kahlo.

Na pintura, a artista mexicana retrata a si mesma dormindo em uma cama de madeira em estilo colonial, envolta em um cobertor dourado bordado com trepadeiras e folhas. Acima dela, repousa um esqueleto em tamanho real envolto em fios de dinamite, coroado com um buquê vibrante e aninhado sobre almofadas.
O autorretrato está entre as poucas obras de Kahlo que permaneceram em mãos privadas fora do México, onde seu conjunto de obras foi declarado monumento artístico. Suas obras, tanto em coleções públicas quanto privadas dentro de território mexicano, não podem ser vendidas no exterior nem destruídas.

A venda, que ocorreu na noite de quinta-feira (20), foi feita por um valor 1.000 vezes maior do que a pintura alcançou quando foi colocada à venda pela última vez, em 1980. Na ocasião, o quadro foi adquirido por US$ 51.00 (cerca de R$ 272 mil).

G1