Internacionais | Ameaças
Domingo, 19 de Outubro de 2025
Professor avalia ameaças recentes de Hamas e Israel após cessar-fogo
Bombardeios na região de Rafah, principal ponto de entrada de ajuda humanitária em Gaza, geram acusações mútuas de violações do acordo e ameaçam a continuidade da trégua
A frágil trégua entre Israel e Hamas enfrenta seu primeiro grande teste após acusações mútuas de violação do acordo de cessar-fogo. Israel reportou ataques das forças do Hamas no sul de Gaza, enquanto militares israelenses realizaram ataques aéreos na cidade de Rafah. Em entrevista à CNN, Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, avaliou as novas ameaças na Faixa de Gaza.
Os bombardeios em Rafah, principal ponto de entrada de ajuda humanitária para Gaza, resultaram em dezenas de mortos e feridos, segundo relatos locais. A região é considerada estratégica por concentrar cerca de 60% do fluxo de assistência humanitária para o território palestino.
Fragilidade das negociações
"A instabilidade do acordo já era prevista por analistas internacionais desde sua assinatura. A primeira fase do acordo, que previa a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, foi parcialmente cumprida, mas as etapas subsequentes não avançaram", relembra o professor.
Um dos pontos críticos é a ausência de uma comissão internacional de supervisão do cessar-fogo. "Apesar das discussões sobre a formação de um comitê de paz e o possível envio de forças internacionais para a região, nenhuma medida concreta foi implementada", afirma Trevisan.
Cenário de incertezas
A situação é especialmente delicada na região norte de Rafah, onde aproximadamente dois milhões de palestinos vivem em condições precárias. A expectativa de reabertura da passagem de Rafah, prevista para os próximos dias, agora está sob questionamento devido às recentes hostilidades.
A tensão escalou após o anúncio unilateral da reabertura da fronteira pela representação Palestina no Cairo, seguido de manifestações de preocupação por parte de autoridades israelenses. "O cenário atual indica possíveis obstáculos para a continuidade do acordo de cessar-fogo, com riscos de uma nova escalada do conflito", conclui o professor.
CNN








