Brasil | Síndrome respiratória

Sábado, 27 de Abril de 2024

Pacientes com síndrome respiratória lotam hospitais de São Paulo

Redes pública e privada registram aumento nos atendimentos e internações

Os hospitais públicos e particulares em São Paulo vêm enfrentando superlotação devido ao aumento de internações por doenças respiratórias, além da epidemia de Dengue.

Pessoas ouvidas pela reportagem relataram esperas que vão de quatro a seis horas em unidades de pronto-atendimento da capital.

Em boletim divulgado nesta sexta-feira (26), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para o aumento de casos de vírus sincicial respiratório (VSR), que tem provocado a morte de crianças pequenas.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da capital paulista, em abril, o número de pacientes internados com dengue nos hospitais municipais é de 240. Já em março, foram 200 e, em fevereiro, 80 pacientes foram internados. A pasta ainda esclarece que não houve aumento no número de internações por Covid-19 entre os meses de janeiro e abril.

“A SMS segue monitorando o cenário epidemiológico de doenças respiratórias e casos de dengue em toda a cidade. A capital conta com 5.075 leitos, entre Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria”, diz nota da secretaria.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), informa que, de janeiro a março deste ano, foram registrados 1.073 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por vírus sincicial respiratório (VSR) no estado de São Paulo. Em 2023 e em 2022, no mesmo período, foram registrados 2.111 e 1.347 casos de SRAG por VSR, respectivamente.

“A pasta destaca que o VSR é uma doença de notificação compulsória apenas em SRAG, em que os casos registrados precisaram de internação”, diz nota.

Rede privada

Já em unidades privadas, como o Hospital São Camilo, de todas das internações, 22% foram por síndromes respiratórias em março, nas Unidades Pompeia, Santana e Ipiranga, sendo que 62% dos pacientes eram crianças. Em abril, até o dia 18, as síndromes respiratórias foram causadoras 29% das internações, sendo 63% em crianças.

O Hospital Albert Einstein, no Morumbi, até o dia 18 deste mês, 191 pessoas foram internadas devido a síndromes respiratórias. Uma média de 10 pessoas hospitalizadas todos os dias.

No Hospital Sabará, dedicado ao atendimento de crianças, na semana entre 14 e 20 de abril, 91% dos testes virais realizados nos pacientes deram positivo. Em 35% dos casos os pacientes tinham o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

O hospital adotou um plano de contingência para priorizar o atendimento de crianças com quadros clínicos graves de síndrome respiratória devido ao aumento expressivo na procura por atendimento hospitalar. Um aviso chegou a ser destacado no site da instituição.

Para o infectologista Renato Kfouri, a alta circulação de vírus tende a aumentar a procura por tratamento nos hospitais. “Essa tríplice circulação de covid, gripe e vírus sincicial é que acaba, muitas vezes, quando esses picos são coincidentes, sobrecarregando unidades de saúde, serviços de emergência, hospitalizações, leitos e terapia intensiva. E ainda tem dengue, para mais um vírus que não é de transmissão respiratória, mas colabora com quadros de febre, de visita a serviço de emergência, de internações (…) claro que crianças são mais vulneráveis, como os idosos também. A gente fala pouco dos idosos, mas a gripe, a COVID, o vírus sincicial, as pneumonia são tão graves nos idosos quanto nas crianças”, explica.

CNN